Setor produtivo solicita conversa após governo Trump elevar tarifa a 50%

Empresários do setor analisam não existir razão para a tarifa em relação a produtos nacionais.

09/07/2025 22:41

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Setor produtivo solicita conversa após governo Trump elevar tarifa a 50%
(Imagem de reprodução da internet).

Empresas de diferentes setores da economia brasileira manifestaram sua preocupação em relação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil. A decisão de Trump foi divulgada nesta quarta-feira (9.jul) por meio de uma publicação na rede social Truth Social.

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A CNI declarou, em comunicado (integral – PDF – 310 kB), que a medida foi recebida com apreensão e espanto. Sustenta que o governo brasileiro deve dar prioridade ao aprofundar a negociação com a Casa Branca.

Não há qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto. Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria, que é muito interligada ao sistema produtivo americano. Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia, declarou Ricardo Alban, presidente da CNI.

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O setor brasileiro representado também abordou a relação diplomática entre os dois países. “Brasil e Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta, estratégica e mutuamente benéfica fundamentada em 200 anos de parceria”, afirmou.

O presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Ricardo Cappelli, declarou ao Poder360 que a medida é um “grande ataque ao Brasil”.

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A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) manifestou “indisfarçáveis surpresa e indignação”. O presidente da entidade, José Augusto de Castro, afirmou que a decisão de Trump é “política com impacto econômico de grande lastro”.

Certamente uma das maiores taxas a que um país já foi submetido na história do comércio internacional, sendo aplicada aos piores inimigos, o que nunca foi o caso do Brasil. Além das dificuldades de comércio com os Estados Unidos, o anúncio da Casa Branca pode criar uma imagem negativa do Brasil e gerar medo em importadores de outros países de fechar negócios com as nossas empresas, afirmou.

A FPA também manifestou “preocupação” com a decisão de Trump. “A nova alíquota produz reflexos diretos e atingem o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”, declarou.

A frente que reúne congressistas do setor agropecuário defendeu “uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”. Reforçou-se a necessidade de “fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações”.

A Abiec declarou que o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros constitui um obstáculo ao comércio internacional e afeta de forma prejudicial o setor produtivo de carne bovina.

A organização que representa algumas das maiores empresas exportadoras de carne bovina manifestou disposição para participar do diálogo.

A Abiec ressalta a relevância de que questões geopolíticas não se convertam em obstáculos ao fornecimento global e à segurança alimentar, sobretudo em um contexto que demanda cooperação e estabilidade entre os países.

O presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz, afirmou que a taxação constitui um “duro golpe ao ambiente de negócios brasileiro” e defendeu que o mercado dos EUA é “estratégico” para o Brasil.

Exportar para os Estados Unidos implica competir em alto nível e ter acesso a um dos mercados mais exigentes e lucrativos do mundo. São empresas que investem em tecnologia, em qualidade e que mantêm empregos com melhores salários. Uma tarifa de 50% torna essa operação praticamente inviável, impactando diretamente a receita, a rentabilidade e os empregos de qualidade dessas empresas.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.