Setor dos pescados alerta para risco de perda de competitividade devido a tarifas

O setor pesqueiro brasileiro vive um momento delicado após a adoção de uma taxa de 50% sobre as exportações para os Estados Unidos. A ação impacta diretamente uma produção que possui o mercado americano como principal destino de suas vendas.

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Conforme Eduardo Lobo, da Abipesca, a situação é particularmente preocupante devido ao fato de que 70% das exportações do setor são direcionadas ao mercado americano. A situação é agravada pela ausência de alternativas comerciais, visto que o Brasil enfrenta um embargo nas exportações de peixes para a União Europeia desde 2017.

As previsões para 2025 apontavam para exportações totais de 600 milhões de dólares, dos quais cerca de 350 milhões seriam destinados aos Estados Unidos. O setor empregava mais de 20 mil pescadores artesanais, 5 mil pequenos piscicultores e 4.500 trabalhadores nas indústrias de processamento.

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A situação se torna ainda mais complexa, visto que os Estados Unidos podem substituir produtos brasileiros por itens semelhantes da América Central, que apresentarão preços mais vantajosos. As regiões mais vulneráveis serão aquelas com menor IDH, notadamente no Nordeste, incluindo estados como Rio Grande do Norte, Ceará e Pará, além de impactos na piscicultura do Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

O setor pesqueiro, que apresentou crescimento e investiu substancialmente em 2023-2024, agora procura respaldo governamental para identificar soluções que assegurem sua competitividade frente aos concorrentes da América Central e do Caribe.

Pedro Santana

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.