Setor de varejo e serviços aponta crescimento elevado em julho, porém, o cenário sugere uma tendência de desaceleração no futuro
Dados do IGet indicam recuperação em setores particulares após a retração no segundo trimestre; crédito e o mercado de trabalho mantêm a demanda.

Os indicadores do Índice de Geração de Emprego e Tendência (IGet) de julho revelam avanço na atividade do varejo e leve recuperação nos serviços prestados às famílias. Após três meses consecutivos de retração, o IGet do varejo ampliado subiu 1,4% em relação a junho, refletindo melhoria no consumo em segmentos como móveis, eletrodomésticos e automóveis.
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O comércio varejista também apresentou alta de 1,1% em janeiro e crescimento acumulado de 13,4% em relação ao ano anterior. Os dados positivos indicam uma recuperação gradual da atividade comercial, com destaque para supermercados (+0,9%) e outros artigos de uso pessoal (+2,0%).
Banco central aumenta juros em meio a incertezas econômicas.
Apesar dos impactos da política monetária restritiva em vigor, a demanda permanece impulsionada por elementos como o mercado de trabalho aquecido e novas modalidades de crédito. A liberação de empréstimos consignados para trabalhadores da iniciativa privada e o pagamento de precatórios foram identificados como incentivos complementares à economia.
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Uma análise do Santander indica que esses fatores auxiliam em parte a mitigar os efeitos dos elevados juros sobre o consumo. Contudo, estima-se uma redução no fluxo de vendas diante de um enfraquecimento mais evidente no segundo semestre.
Serviços às famílias têm leve recuperação.
No setor de serviços, o IGet registrou aumento de 0,2% em julho, revertendo em parte a forte queda observada em junho. O resultado interrompe uma série de dez meses consecutivos de queda na comparação anual, que agora indica retração de 8,3%.
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O aumento foi impulsionado sobretudo pelo segmento de “outros serviços às famílias”, com crescimento de 6,0%, e por alojamento e alimentação, que subiram 0,5%. Contudo, o índice ainda não atingiu os níveis registrados em maio.
Combustíveis e vestuário continuam em declínio.
No varejo diversificado, apenas combustíveis (-0,5%) e vestuário (-6,4%) registraram declínio em julho. Em contrapartida, materiais de construção ascenderam 0,3% e o setor automotivo obteve alta de 1,8%, impactando positivamente o desempenho geral do índice.
O desempenho dos segmentos de bens de consumo duráveis, que tendem a ser mais suscetíveis às taxas de juros, será crucial para o andamento da economia nos próximos meses. Espera-se um crescimento moderado, com oscilações ocasionais, impactado pelo acesso ao crédito, pela renda e pela confiança do consumidor.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.