Sete partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgaram nesta quarta-feira (23) um manifesto em apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra ministros da Corte. Na última sexta-feira (18), o presidente norte-americano Donald Trump revogou os vistos de oito dos 11 ministros do Supremo, medida que gerou forte reação política no Brasil. O manifesto classifica a iniciativa como “indevida, agressiva e sem precedentes” e acusa os EUA de interferência política no sistema democrático brasileiro. “Este gesto indevido, agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias de nossos países, torna-se ainda mais grave por sua manifesta motivação política, configurando uma ingerência esporã no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional”, afirma o texto.
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A assinatura da nota é de presidentes de sete partidos políticos. Os signatários são o senador Humberto Costa (PE), presidente nacional do PT; o prefeito de Recife, João Campos, presidente nacional do PSB; o ex-ministro Carlos Lupi, presidente nacional do PDT; a historiadora Paula Coradi, presidente nacional do PSOL; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, presidente nacional do PSOL; o ex-secretário de São Paulo, José Luiz Penna, presidente nacional do PV; e o ex-deputado Comte Bittencourt, presidente nacional do Cidadania
O Supremo Tribunal Federal é alvo de críticas do governo dos Estados Unidos desde 7 de julho, quando Trump manifestou apoio a Bolsonaro e declarou que o processo na Justiça brasileira contra o ex-presidente é uma “caça às bruxas”. Bolsonaro é réu no STF por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em 9 de julho, Trump anunciou tarifas de 50% a produtos brasileiros. O manifesto divulgado pelos partidos da base de Lula repudia que “interesses políticos” integrem as negociações sobre as taxas. Segundo o texto, a discussão deve ser pautada pela seara comercial, “como propõem o governo e o setor produtivo do Brasil”.
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou medidas cautelares a Bolsonaro na última sexta-feira (18). A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o ex-presidente buscou obstruir o andamento do processo em que é réu por intermédio de “entraves econômicos” no relacionamento entre Brasil e Estados Unidos.
Recebemos com grande indignação a notícia de que o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, impôs sanções unilaterais a ministros do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua atuação no cumprimento da lei, na defesa da Constituição do nosso país e da nossa democracia.
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Este ato inadequado, agressivo e inédito nas relações bicentenárias de nossas nações, torna-se ainda mais grave por sua evidente motivação política, configurando uma interferência tênue no processo democrático do Brasil e um ataque à soberania nacional.
A ação penal no STF sobre a tentativa de golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2025 segue estritamente o devido processo legal, incluindo a ampla garantia do contraditório. As tentativas de coagir a Justiça neste processo, independentemente da origem, recebem o repúdio da sociedade brasileira.
As retaliações agora anunciadas decorrem de sanções e ameaças de natureza tarifária e comercial, que também foram influenciadas por interesses políticos, ao invés de serem objeto de negociação, conforme propõem o governo e o setor produtivo do Brasil.
Expressamos total solidariedade aos ministros do STF, ao mesmo tempo em que reiteramos o apoio inabalável à soberania nacional e às nossas instituições.
Brasília, 22 de julho de 2025
Humberto Costa como figura proeminente no Partido Trabalhista.
João Campos – PSB
Carlos Lupi é filiado ao Partido Democrático Trabalhista.
Paula Coradi – PSOL
Luciana Santos – PCdoB
José Luiz Penna – PV
Comte Bittencourt discorre sobre cidadania, abordando suas dimensões e desafios contemporâneos.
Reportagem produzida com auxílio de IA e O Estado de S. Paulo
Fonte por: Jovem Pan