Oito indivíduos faleceram e outros oito ficaram feridos na quinta-feira, 21, em decorrência de confrontos e um ataque a drone de um grupo dissidente das Farc na região noroeste da Colômbia, segundo informações oficiais.

O ataque aconteceu no setor de Antioquia em uma operação de combate a cultivos ilegais, no contexto da pior crise de violência que o país enfrenta desde a assinatura do acordo de paz com as Farc em 2016.

Um policial informou à AFP que os agressores “hostilizaram” um grupo de trabalhadores de combate a erva-do-gado, componente principal da cocaína, e atacaram com um drone um de seus helicópteros, que caiu no chão.

Não há confirmação se as vítimas estavam a bordo da aeronave.

O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou que os responsáveis pelo ataque são guerrilheiros de uma dissidência das extintas Farc.

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Inicialmente, as autoridades atribuíram equivocadamente o ataque ao cartel do Golfo.

A polícia confirmou que o ataque foi realizado pela estrutura E36 das dissidências criminosas, sob o comando de “Calarcá”, disse Sànchez na rede social X.

Vídeos e fotos compartilhados nas redes sociais exibem o helicóptero em voo sobre a área, seguido por um estampido e a queda da aeronave. Em outras imagens, observa-se fumaça escura emanando da montanha.

Diálogos de paz

As unidades subordinadas ao comando de Calarcá representam uma divisão do Estado-Maior Central (EMC), o maior conjunto de frentes que retomaram o combate após a assinatura do acordo de paz com o governo.

A organização buscava desde 2023 novas aproximações de paz com o governo de Gustavo Petro, porém se fragmentou após o abandono das negociações pelo líder máximo, Iván Mordisco, um ano depois.

A facção leal a Calarcá permaneceu nos diálogos, que tiveram poucos avanços. Um cessar-fogo entre os rebeldes desse grupo e as autoridades expirou em maio passado e, desde então, as forças de segurança realizam operações contra a estrutura.

O emprego de drones munidos de explosivos para atacar policiais, militares, grupos armados rivais e a população civil tem se tornado mais frequente na Colômbia.

De acordo com um relatório da Cruz Vermelha, as vítimas de explosivos, sobretudo devido ao uso intenso de drones, duplicaram nos primeiros meses de 2025.

A Colômbia, principal produtor mundial de cocaína, obteve um recorde de 253 mil hectares de cultivo de folha de coca em 2023. O governo de Petro implementa um plano de eliminação voluntária, oferecendo incentivos econômicos aos agricultores.

Fonte por: Carta Capital