Senador Moro Defende Ações de 2005, Reabre Debate Sobre Grampos
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se defendeu nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, das ações realizadas em 2005, quando atuava como juiz federal no caso Banestado. A defesa veio acompanhada da repercussão de uma reportagem publicada pelo portal UOL, que detalha a apreensão de um despacho assinado por Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.
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O documento, datado de 2005, autorizava o grampeamento de conversas, em um contexto onde o então conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, Heinz Herwig, possuía foro privilegiado, limitando a jurisdição de magistrados de primeira instância.
Em suas postagens no X (ex-Twitter), Moro destacou que as gravações foram feitas por um delator, Tony Garcia, que havia se disponibilizado a coletar provas para o caso. Ele afirmou que as ações seguiram as diretrizes estabelecidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na época e que o material não foi utilizado em processos sob sua responsabilidade.
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O senador também acusou a jornalista Daniela Lima, autora da reportagem, de “requentar” um conteúdo publicado em 2023 no site g1.
Investigação e Suspeitas de Grampos Ilegais
O UOL negou que a reportagem de 2023 seja a mesma publicada anteriormente, afirmando que a primeira tratava de transcrições que confirmavam escutas ilegais. Já a segunda relata a apreensão do despacho de Moro na 13ª Vara Federal, onde o senador atuava como juiz, em buscas realizadas em 3 de dezembro de 2025.
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O documento, assinado em julho de 2005, autorizava o delator Tony Garcia a tentar gravar novamente o presidente do TCE-PR.
Suspeitas de Crime Continuado e Prescrição
A Polícia Federal considera a hipótese de crime continuado nas investigações sobre grampos ilegais na operação Lava Jato. Moro, por outro lado, sustenta que as suspeitas de grampos ilegais já prescreveram. A investigação envolveu a apreensão de relatórios de inteligência com transcrições de escutas de outras autoridades com foro, incluindo desembargadores do TRF-4 e políticos.
Tony Garcia firmou acordo de delação premiada com Moro há 21 anos, realizando gravações telefônicas e ambientais por ordem do então juiz.
Contexto Legal e Institucional
A legislação brasileira estabelece que presidentes de Tribunais de Contas estaduais só podem ser investigados mediante autorização prévia do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A investigação da Polícia Federal busca determinar se houve violação das normas legais e se o grampeamento de conversas de autoridades com foro privilegiado constitui crime continuado.
O caso reacende debates sobre a atuação de Moro na operação Lava Jato e a legalidade das ações realizadas durante sua gestão como juiz.
