O Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira, 18 de dezembro de 2025, a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA), com um montante de US$ 901 bilhões. A votação final foi marcada por 77 votos a favor e 20 votos contrários. A legislação representa um importante passo para o orçamento de defesa do país, mas também acirra tensões entre o Congresso e a administração de Donald Trump.
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Pressão por Transparência em Operações Militares
Um ponto central da nova lei é a pressão exercida sobre o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, para que forneça evidências dos ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas nas águas próximas à Venezuela. Uma cláusula bipartidária retém 25% do orçamento de viagens de Hegseth até que ele apresente vídeos não editados dos incidentes, incluindo as ordens que os autorizaram.
A decisão sobre a disponibilização pública do material ainda não foi tomada.
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Investigação do Ataque de 2025
O Congresso está particularmente atento ao ataque de 2 de setembro de 2025, quando oficiais americanos mataram sobreviventes de um ataque inicial contra uma embarcação. O almirante Frank “Mitch” Bradley, responsável pelo ataque “double-tap” (duplo golpe), apresentou um vídeo do incidente em sessão classificada antes da votação.
A investigação busca esclarecimentos sobre as circunstâncias do ocorrido.
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Restrições à Presença Militar no Exterior
A lei impõe restrições à presença militar dos EUA no exterior. O Pentágono não poderá reduzir o contingente na Europa abaixo de 76.000 militares por mais de 45 dias, a menos que obtenha a aprovação dos aliados da OTAN e certifique que a retirada está alinhada com os interesses americanos.
Atualmente, entre 80.000 e 100.000 militares dos EUA estão posicionados na Europa, e 28.500 tropas estão na Coreia do Sul.
Apoio à Ucrânia e Mudanças Internas
A legislação autoriza US$ 800 milhões para a fabricação de armamentos destinados à Ucrânia, divididos em duas parcelas de US$ 400 milhões cada, nos próximos dois anos. Essa medida visa apoiar o esforço de defesa do país, apesar da postura de Trump que pressiona Kiev a negociar com Moscou.
Além disso, a lei extingue políticas de diversidade no Pentágono, eliminando escritórios, treinamentos e o cargo de diretor de diversidade, com uma economia estimada em US$ 40 milhões.
Redução de Investimentos em Mudanças Climáticas
A nova lei também corta US$ 1,6 bilhão ao eliminar programas ligados às mudanças climáticas no Departamento de Defesa, refletindo uma priorização de outros setores dentro do orçamento de defesa.
