Semana crucial define o futuro das tarifas e possíveis novas sanções dos EUA contra o Brasil

Executivo prossegue em esforços de diálogo com a administração americana, ao mesmo tempo em que o setor privado antecipa um quadro complexo.

27/07/2025 2:14

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Semana crucial define o futuro das tarifas e possíveis novas sanções dos EUA contra o Brasil
(Imagem de reprodução da internet).

A última semana de julho inicia com o Brasil sob a influência de ameaças sem precedentes do governo de Donald Trump. Os Estados Unidos estão considerando aplicar a Lei Magnitsky contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), além do cancelamento de vistos para altos funcionários da Presidência da República.

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A decisão se manifesta em reação ao processo do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

Adicionalmente às possíveis novas sanções, aumenta a tensão em relação à tarifação: os EUA anunciaram que imporão uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, na próxima sexta-feira.

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O governo conservador defende a taxação com base em uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro e critica as redes sociais norte-americanas. O principal efeito incide sobre segmentos como o agronegócio (especialmente carne, frutas, laranja), a indústria aeronáutica (Embraer), a cadeia madeireira, produtos químicos e açúcar.

O setor de suco de laranja já estima prejuízo bilionário nos próximos anos.

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Uma comitiva de oito senadores brasileiros iniciou a desembarcação em Washington neste sábado (26) em uma tentativa de ganhar tempo.

Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC) e Fernando Farias (MDB-AL) já se encontram na capital americana. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) também está nos EUA e deve se juntar aos demais no domingo (27).

Os parlamentares deverão permanecer nos Estados Unidos até quarta-feira (30) e participarão de reuniões com a embaixadora brasileira, organizações empresariais, Câmara de Comércio e legisladores americanos de ambos os partidos.

Um desafio é que a ida da comitiva brasileira ocorre em meio ao recesso da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos — equivalente à Câmara de Deputados.

A agenda inicia na segunda-feira (28) com a chegada à residência oficial da Embaixadora do Brasil. No início da tarde, o grupo deve cumprir o primeiro compromisso público com reuniões na sede da Câmara Americana de Comércio, onde parlamentares se encontrarão com líderes empresariais e representantes do Conselho Brasil-EUA.

Na terça-feira (29), será dedicado a reuniões estratégicas com parlamentares norte-americanos, tanto republicanos quanto democratas, conforme apurado pela CNN.

Os acordos também incluem reuniões com grupos setoriais e uma coletiva para analisar os resultados das negociações. A intenção é persuadir autoridades e empresários sobre os impactos negativos para ambas as partes e alcançar um consenso para adiar, diminuir ou eliminar setores das tarifas.

O tema das tarifas também figura no Palácio do Planalto. Lula classificou o tarifário como “chantagem inaceitável” e tem reclamado do apoio de parlamentares bolsonaristas à Casa Branca.

Apesar da pressão, Lula rejeitou a possibilidade de contatar Trump, argumentando que seria visto como um sinal de fraqueza e desespero, postura que recebeu críticas públicas da oposição, que solicita uma ação direta do presidente da República para evitar maiores prejuízos ao país.

O presidente da República deve dialogar. Ele deveria telefonar para Trump e declarar o desejo de conversar, em vez de tentar obter vantagem eleitoral. Essa atitude é prejudicial ao país, afirmou o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, na sexta-feira (25).

Além dos críticos, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Jr. (PSD) também se juntaram à manifestação.

Estamos dialogando, buscando parlamentares norte-americanos, empresas americanas e agentes do governo americano que possam se identificar com a questão. Infelizmente, estamos em um momento em que se busca explorar o país, com o objetivo de dividi-lo, declarou Tarcísio em um evento em São Paulo no sábado (26).

Lula declara que são o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que realizam as ligações.

Ninguém pode afirmar que o Alckmin não deseja conversar. Ele liga para pessoas diariamente, mas ninguém quer dialogar com ele, declarou o presidente na sexta-feira.

Trump, no dia que desejar conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir e demonstrar o quanto você foi prejudicado com as informações que lhe foram apresentadas, e você saberá a verdade sobre o Brasil.

Deputados próximos a Lula afirmam que o Congresso já aprovou a previsão legal para retaliação contra os Estados Unidos, caso essa seja a decisão do governo.

O setor privado exibe grande preocupação com a conjuntura. Organizações, como a Associação de Exportadores, preveem uma redução de até 25% nas vendas para os Estados Unidos em 2025, ao mesmo tempo em que empresas de carne, suco, aviação e móveis consideram suspender embarques e férias coletivas para evitar o acúmulo de estoques.

Especialistas alertam para os impactos nas expectativas do mercado, câmbio e ambiente de negócios, cenário que poderá se intensificar se a crise persistir.

O governo Lula avalia como improvável um acordo até 1º de agosto, porém já elaborou um plano de emergência para auxiliar os setores mais impactados, incluindo crédito facilitado, subsídios e ações judiciais internacionais.

Especialistas alertam, no entanto, que tais medidas podem aumentar o endividamento público e não solucionam o problema estrutural.

Considerando o contexto, as autoridades brasileiras avaliam duas hipóteses primárias. A primeira delas envolve a negociação setorial, concentrando-se em produtos específicos, como suco de laranja, café e aeronaves, motivada pela pressão do setor privado americano.

A segunda opção, vista como mais complexa devido à sua dependência exclusiva de Trump, seria o alongamento do período para a aplicação das tarifas.

A situação se agrava ainda mais com o teor das declarações públicas entre os dois países. Analistas consultados pela CNN avaliam que o aumento na relação entre Brasil e Estados Unidos pode gerar ainda mais instabilidade política, sobretudo com sanções individuais a ministros do STF, medida que abriria um precedente diplomático sem precedentes entre Brasil e Estados Unidos.

A visita da comitiva do Senado em Washington pode ser fundamental para demonstrar o compromisso do Congresso Nacional na proteção de setores estratégicos e na tentativa de minimizar os prejuízos à credibilidade do país antecipadamente à implementação da taxa.

Com a participação de Lourival Sant’Anna, Pedro Zanatta, Jussara Soares, Débora Bergamasco, Daniel Rittner e Mateus Salmão, da CNN

Compreenda a política tarifária de Trump em relação ao Brasil e seus efeitos na economia.

Fonte por: CNN Brasil

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