Scholz e AfD: Críticas e Retornos de Sírios na Alemanha em Debate

Ministro da Alemanha defende fim de pedidos de asilo sírios após fim da guerra. AfD ganha força com discurso anti-imigração. Debate sobre retorno de refugiados liderado por Thorsten Frei

04/11/2025 12:54

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O chanceler da Alemanha, representante do partido CDU (centro-direita), expressou em uma visita a Husum, no norte do país, a visão de que não há mais justificativa para pedidos de asilo de sírios, considerando o fim da guerra civil em dezembro de 2024, que culminou com a queda do regime de Bashar al-Assad e a ascensão do grupo HTS, liderado por Ahmed al-Sharaa.

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Essa posição se baseia na avaliação de que a situação na Síria, apesar da crise humanitária persistente, evoluiu para permitir a repatriação de refugiados.

Pressões Políticas e Ideológicas

O partido AfD (Alternativa para a Alemanha) tem ganhado força nas pesquisas para as eleições estaduais de 2026, impulsionado por uma plataforma anti-imigração e argumentos que consideram o Islã incompatível com a sociedade alemã. A migração tem sido uma das principais preocupações dos cidadãos alemães nos últimos anos.

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Diferentes setores da CDU, incluindo estrategistas, divergem sobre a melhor abordagem para conter o crescimento da AfD, com algumas facções defendendo políticas de asilo mais rigorosas e outras optando por um confronto direto com o partido.

Contexto Histórico e Números

A Alemanha recebeu o maior número de refugiados sírios entre os países da União Europeia durante o conflito de 14 anos. Atualmente, cerca de 1 milhão de sírios residem na Alemanha, resultado da política de acolhimento implementada durante o governo de Angela Merkel, também da CDU.

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Dados da ONU indicam que aproximadamente 70% da população na Síria ainda necessita de assistência humanitária.

Retornos e Desafios

Em novembro de 2025, apenas 1.000 sírios retornaram ao seu país com apoio financeiro alemão. Uma parcela significativa dos refugiados possui apenas autorizações de residência temporárias. O chefe da Chancelaria, Thorsten Frei, argumentou que homens jovens muçulmanos sunitas não enfrentam riscos significativos na Síria, e que o retorno voluntário é essencial para a reconstrução do país.

Reações e Controvérsias

Alice Weidel, co-líder da AfD, criticou a postura do ministro Johann Wadephul, que alertava sobre as condições na Síria, chamando-a de “um tapa na cara das vítimas da violência islamista”, em referência à prisão de um sírio acusado de planejar um ataque.

O debate sobre o futuro dos refugiados sírios na Alemanha continua sendo um ponto central na política nacional.

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.