São Paulo Evita Bolha Imobiliária, Aponta Estudo
O mercado imobiliário em São Paulo apresenta um cenário diferente do que se observa em outras cidades do mundo. Um novo estudo da UBS revela que a capital paulista está distante de uma bolha imobiliária, um contraste com a situação de mercados como Miami e Tóquio.
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O estudo, liderado por Matthias Holzhey e Maciej Skoczek, indica que o risco de bolha imobiliária nas grandes cidades diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, refletindo uma menor demanda no setor. O aumento das taxas de juros tem sido um fator crucial nessa desaceleração, impactando diretamente o mercado financeiro.
Entre 2014 e 2022, os preços reais dos imóveis em São Paulo registraram uma queda de aproximadamente 25%. Apesar de um bom desempenho nas vendas, os preços se mantiveram estáveis desde 2022, devido às altas taxas de financiamento, que atingiram níveis elevados. O aluguel continua sendo uma opção mais acessível, com um aumento de 5% no último ano, impulsionado pela alta demanda e baixa vacância em regiões estratégicas da cidade.
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Desafios de Acesso e Intervenção Regulatória
A acessibilidade à moradia é um dos principais desafios enfrentados pelas grandes cidades. Em Hong Kong, por exemplo, um trabalhador precisa de 14 anos de sua renda anual para adquirir um apartamento de 60 m². Em cidades como Tóquio, Paris e Londres, a relação entre preço e renda ultrapassa 10 vezes a renda média anual, evidenciando um descompasso entre os custos dos imóveis e a realidade financeira da população.
Diante desse cenário, o risco de intervenções regulatórias aumenta. Cidades como Vancouver, Sydney, Amsterdã, Paris, Nova York e Londres já implementam novas regulamentações, como aumento de impostos, restrições à compra e controle de aluguel, buscando mitigar os efeitos da especulação imobiliária.
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Ranking de Riscos e Perspectivas Futuras
O estudo da UBS avaliou o risco de bolha imobiliária em 21 grandes cidades ao redor do mundo, utilizando uma metodologia que considera a dinâmica de preços, a acessibilidade e o contexto macroeconômico e regulatório de cada mercado. Em São Paulo, o índice de risco é de -0.10, classificado como baixo.
O ranking de risco imobiliário em algumas cidades inclui: Miami (Alto – 1.73), Tóquio (Alto – 1.59), Zurique (Alto – 1.55), Los Angeles (Elevado – 1.11), Dubai (Elevado – 1.09), Amsterdã (Elevado – 1.06), Genebra (Elevado – 1.05), Toronto (Moderado – 0.80), Sydney (Moderado – 0.80), Madri (Moderado – 0.77), Frankfurt (Moderado – 0.76), Vancouver (Moderado – 0.76), Munique (Moderado – 0.64), Singapura (Moderado – 0.55), Hong Kong (Baixo – 0.44), Londres (Baixo – 0.34), São Francisco (Baixo – 0.28), Nova York (Baixo – 0.26), Paris (Baixo – 0.25), Milão (Baixo – 0.01).
