Samuel Pessôa critica ajuste fiscal e discurso de Haddad sobre contas públicas
Pesquisador do BTG Pactual e do Ibre-FGV critica o ministro da Fazenda, apontando “constrangimento” na busca por responsabilidade em administrações passadas, fr…
Crítico Aponta Seletividade no Diagnóstico da Situação Fiscal
O pesquisador do BTG Pactual e do Ibre-FGV, Samuel Pessôa, questionou o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a deterioração da situação fiscal do país. Haddad tem atribuído a responsabilidade a gastos adicionais implementados durante o governo anterior, especialmente sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro Paulo Guedes.
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Haddad destaca o crescimento de despesas fixas, incluindo alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a expansão da contribuição da União para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), que somam cerca de R$ 70 bilhões no orçamento do próximo ano. Segundo o ministro, esses gastos não existissem, o país estaria em uma situação de superávit primário ou com um balanço primário do Tesouro melhor.
Em sua análise, Pessôa aponta uma “certa seletividade” no diagnóstico. Ele ressalta que o PT e a esquerda votaram a favor dessas medidas e que o ex-presidente Lula poderia ter tentado desfazer parte delas. O pesquisador também destaca que o governo atual se beneficia de ações fiscais positivas do mandato anterior, como a redução do gasto com pessoal promovida por Paulo Guedes.
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Seletividade no Diagnóstico
Pessôa enfatiza que o esforço de Haddad para localizar a culpa em terceiros se torna insustentável. Ele calcula que a deterioração fiscal é de 5,5 pontos percentuais, atribuída à gestão do PT.
Histórico Fiscal do Brasil
O pesquisador ressalta que o PT geriu a economia brasileira por 70% do tempo nos últimos 22 anos, desde a saída de Fernando Henrique Cardoso. Ele aponta que, em 2003, o PT herdou um superávit primário estrutural da União de cerca de 2% do PIB, e que, quando Dilma Rousseff assumiu, o valor já era um déficit de 1,5%.
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Pessôa destaca que o gasto tributário, medido pela qual Haddad tem reclamado, era de 2% do PIB quando FHC saiu e subiu para 6% quando Dilma passou o bastão a Temer.
Conclusão
O analista conclui que a seletividade do ministro Haddad se torna insustentável, e que a deterioração fiscal é de 5,5 pontos percentuais, atribuída à gestão do PT.
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












