Apesar do esperado, Moscou não confirmou a chegada de uma delegação.
Mediadores ucranianos e russos poderão se reunir na quarta-feira, 23, em Istambul para a terceira rodada de negociações de paz, sob a pressão do governo dos Estados Unidos para o anúncio de um cessar-fogo.
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A Rússia não confirmou diretamente se enviará uma delegação à cidade turca e rejeitou antecipadamente qualquer “avanço milagroso” caso a reunião ocorra.
A invasão das tropas russas, que teve início em fevereiro de 2022, causou destruição em larga escala nas regiões sul e leste da Ucrânia, resultando na morte de dezenas de milhares de militares e cidadãos.
Os grupos realizaram reuniões bilaterais em maio e junho, as primeiras desde 2022, porém não obtiveram um acordo de cessar-fogo após quase três anos e meio de conflito.
As áreas estão muito afastadas. A Rússia insiste nas quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas que alega ter incorporado em setembro de 2022.
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A Ucrânia rejeita abrir negociações que envolvam concessões territoriais e afirma que jamais reconhecerá as alegações russas sobre seu território ocupado, abrangendo a península da Crimeia, que Moscou incorporou em 2014.
Para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a terceira reunião deve abordar a libertação de prisioneiros e preparar um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin.
O Kremlin mantém que é imprescindível “muito trabalho” antes de considerar um possível encontro entre os dois presidentes, que não se encontram pessoalmente desde 2019.
O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, declarou que “não há razão para esperar avanços milagrosos” em uma eventual reunião.
“No entanto, pretendemos defender nossos interesses, assegurar nossos objetivos e alcançar os resultados que definimos desde o início”, afirmou à imprensa.
A delegação ucraniana será liderada pelo ex-ministro da Defesa e atual secretário do Conselho de Segurança, Rustem Umerov.
Em fases anteriores, o Kremlin designou o ex-ministro da Cultura e historiador nacionalista Vladimir Medinski como principal negociador, sendo visto por Kiev como uma figura sem autonomia para tomar decisões.
As duas reuniões anteriores, em 16 de maio e 2 de junho, conduziram a um acordo de permuta de detentos em grande escala.
A Rússia e os Estados Unidos também trocaram seus respectivos projetos de acordos para resolver o conflito, que, de acordo com o Kremlin, eram “diametralmente opostos”.
O bloqueio nas negociações está frustrando o presidente americano, Donald Trump, que prometeu em sua campanha eleitoral solucionar rapidamente o conflito na Ucrânia.
Na semana passada, o republicano estabeleceu um prazo de 50 dias para que a Rússia concluísse um acordo de paz, sob a ameaça de sanções severas.
Apesar da pressão, a Rússia intensificou os bombardeios sobre a Ucrânia nas últimas semanas e afirmou ter obtido avanços em diversos pontos da linha de frente.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, solicitou no mês passado que “as partes não fechem a porta ao diálogo”.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.