Rússia afirma necessitar de “tempo” para responder ao ultimato de Trump
Na segunda-feira (14), o presidente dos EUA concedeu a Moscou 50 dias para cessar sua intervenção na Ucrânia, iniciada em 2022, sob a ameaça de severas …

O Kremlin assegurou, na terça-feira (15), que permanece disposto a negociar com a Ucrânia, mas necessita de tempo para responder às declarações “sérias” do presidente americano, Donald Trump, que deu à Rússia 50 dias para concluir o conflito e prometeu armas a Kiev. Na segunda-feira, Donald Trump concedeu à Rússia um ultimato de 50 dias para interromper sua intervenção na Ucrânia, iniciada em 2014, sob pena de avaliações severas. Ele também anunciou que equipamentos militares e pagamentos de membros da OTAN foram enviados à Ucrânia.
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“As declarações do presidente Trump são muito sérias. É claro que precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington e, se ou quando o presidente Putin considerar necessário, ele se pronunciará”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos repórteres. “Parece que esta decisão tomada em Washington, nos países da OTAN e diretamente em Bruxelas, será recebida por Kiev não como um sinal de paz, mas como um sinal para continuar a guerra”, criticou.
Peskov declarou que a Rússia analisou as propostas do lado ucraniano para uma terceira rodada de negociações, após duas sessões infrutíferas em Istambul. “Seguimos desejosos”, afirmou ele durante sua coletiva de imprensa diária, com a presença da AFP. Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump tenta pressionar Moscou e Kiev para alcançar um acordo de paz. Durante sua campanha eleitoral, ele afirmou que poderia encerrar o conflito “em 24 horas”, sem nunca explicar como faria isso.
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Desapontado
Na segunda-feira, Trump manifestou sua “decepção” com Putin. “Acreditei que teríamos um acordo há dois meses, mas parece que não se concretiza”, afirmou ele na Casa Branca, ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte. Sem um acordo em 50 dias, os Estados Unidos introduziriam “tarifas secundárias”, ou seja, contra os aliados de Moscou, ameaçou o presidente americano. O principal parceiro comercial da Rússia no ano passado foi a China, com quase 34%, seguido de perto pela Índia, Turquia e Bielorrússia, segundo o Serviço Federal de Alfândegas da Rússia.
A China reagiu a essas ameaças nesta terça-feira afirmando que “coerção ou pressão não resolvem problemas”, segundo declarações de Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.
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Trump e Rutte divulgaram os termos de um acordo na segunda-feira, no qual a aliança militar da Otan adquiriria armas, incluindo baterias antimíssil Patriot, dos Estados Unidos e fornecidas à Ucrânia. “Bilhões de dólares em equipamentos militares serão comprados dos Estados Unidos, que serão destinados à Otan (…) e rapidamente distribuídos no campo de batalha”, declarou Trump. “Nós, os Estados Unidos, não faremos nenhum pagamento (…), nós os fabricaremos, e eles pagarão”, frisou o presidente.
Dezenas de milhares de pessoas morreram desde que a Rússia lançou sua ofensiva, e milhões foram deslocadas de suas casas no leste e no sul da Ucrânia, devastadas por bombardeios e combates. Putin rejeitou repetidamente os apelos por um cessar-fogo e exigiu que a Ucrânia se retirasse da Otan e ceda quatro regiões, além da Crimeia, anexada em 2014. A Ucrânia e seus aliados ocidentais rejeitaram essas condições, que consideram uma capitulação de facto.
Publicado por Luisa Cardoso com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.