Rodrigo Paz apresenta plano econômico para enfrentar crise na Bolívia com falta de combustível e inflação alta
Candidato do Partido Democrata Cristão enfrentará a crise econômica do país, marcada pela escassez de combustível e pela inflação elevada.
Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia
Com mais de 97% das urnas apuradas, Rodrigo Paz, candidato do PDC (Partido Democrata Cristão), foi eleito presidente da Bolívia no último domingo (19), em uma tendência considerada irreversível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) do país.
Em seu discurso após a divulgação dos resultados, o novo presidente enfatizou que a vitória não é apenas sua, mas do país, e agradeceu ao adversário, Jorge “Tuto” Quiroga, pelo reconhecimento do resultado preliminar.
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Paz, de 58 anos, é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, ex-prefeito de Tarija e atualmente senador. Ele propõe um “capitalismo para todos” e classifica seu projeto político como de “centro”. Seu plano de governo inclui o congelamento das atividades de empresas estatais deficitárias e a suspensão de contratações pelo Estado.
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Desafios econômicos do novo presidente
Um dos principais desafios que Rodrigo Paz enfrentará será a crise econômica do país. Durante sua campanha, ele defendeu a descentralização do governo e o estímulo ao crescimento do setor privado, sem abrir mão dos programas sociais.
A crise é agravada pela queda na produção e exportação de gás natural, que caiu de 288,9 milhões em agosto de 2022 para 92,7 milhões em agosto de 2025. Isso resultou em problemas como a escassez de combustível, que é quase totalmente importado, e o aumento da inflação.
Além disso, a falta de dólares gerou dificuldades como a limitação de saques em bancos, restrições no uso de cartões de crédito no exterior e a formação de um mercado paralelo de câmbio, onde a moeda norte-americana é negociada a preços muito superiores à cotação oficial.
Propostas econômicas de Rodrigo Paz
No último debate contra Tuto Quiroga, Paz declarou que não buscará ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) para solicitar bilhões de dólares, argumentando que isso beneficiaria apenas os “poderosos” e não os pequenos investidores.
Ele acredita que a situação de escassez pode ser ajustada com US$ 3,5 bilhões em créditos já aprovados por fundos de cooperação de diversos países, além da unificação dos diferentes tipos de câmbio e a criação de bandas cambiais para a flutuação do dólar.
Medidas para o setor público e relações regionais
Para enfrentar o déficit fiscal, Paz propõe congelar contratações no setor público e interromper as atividades de empresas estatais deficitárias. Ele reafirma seu compromisso com um “capitalismo para todos” e um projeto político de “centro”.
Em relação ao Mercosul, o novo presidente defende a importância das relações regionais, afirmando que a Bolívia deve estabelecer laços com os países vizinhos, considerando o Brasil como um “peso pesado” na região.
Combate à falta de combustíveis e dinamização da economia
Para solucionar a escassez de gasolina e diesel, que tem causado paralisações e longas filas em postos, Paz sugere a abertura da livre importação de combustíveis e a redução de subsídios sobre esses insumos.
Com seu lema “capitalismo para todos”, ele planeja implementar um programa de crédito acessível, redução de impostos e perdão tributário para estimular a economia formal no país.
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.