Roberto Azevêdo: Empresas brasileiras devem usar diplomacia para enfrentar crises
Empresas enfrentam crise global e buscam soluções em relações internacionais ativas.
Desafios Globais e a Necessidade de Diplomacia Empresarial
Em um contexto internacional marcado por instabilidade crescente, as empresas brasileiras precisam fortalecer suas próprias redes de relações internacionais, buscando autonomia em relação aos canais governamentais tradicionais. Essa é a principal análise apresentada por Roberto Azevêdo, durante o WW, evidenciando a urgência de uma nova abordagem para a gestão de desafios no cenário global.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Segundo o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o ambiente de negócios atual se caracteriza por uma imprevisibilidade sem precedentes. Fatores geopolíticos e sanções econômicas podem interromper os canais diplomáticos a qualquer momento, impactando negativamente as operações das empresas.
Azevêdo destaca que “com frequência os canais diplomáticos são interrompidos por questões geopolíticas, por sanções econômicas, às vezes não contra o Brasil, às vezes contra um parceiro que faz parte da sua cadeia de consumo”. Essa vulnerabilidade exige uma postura proativa das empresas, buscando alternativas para garantir o acesso aos mercados e a defesa de seus interesses.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Abrangência da Diplomacia Empresarial
A mudança de paradigma é significativa: as empresas não podem mais depender exclusivamente do apoio governamental para superar crises e barreiras comerciais. A recomendação é que as organizações mantenham relações ativas e constantes com seus principais mercados, abrangendo países como Estados Unidos, Europa, Japão e China.
A diplomacia empresarial deve ser ampla e diversificada, envolvendo não apenas os tomadores de decisão, mas também parceiros comerciais, clientes, fornecedores, think tanks e a comunidade acadêmica. Essa abrangência é crucial, pois nunca se sabe qual canal poderá proporcionar acesso aos tomadores de decisão de um determinado país.
Leia também:
Dívida dos EUA e China em Alta: FMI Preveem Riscos para Economia Global e Setores Críticos
PIB da Itália se mantém estável no terceiro trimestre de 2025, surpreendendo analistas do FactSet
Medida Provisória em Análise Pode Transformar o Setor Energético Brasileiro com Novas Regras
Estratégias Proativas e Permanentes
A manutenção desses relacionamentos deve ser constante e preventiva, não apenas reativa. As empresas não podem esperar o momento de crise para iniciar a construção de conexões necessárias para defender seus interesses. É fundamental manter esses canais permanentemente ativos e prontos para uso quando necessário.
Essa abordagem proativa visa mitigar riscos e garantir a resiliência das empresas diante de cenários de instabilidade global. Ao fortalecer suas redes de relações internacionais, as empresas brasileiras estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado global e promover seus interesses no cenário internacional.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












