O governo sírio e o israelense declararam um cessar-fogo, contudo, a violência sectária persiste, com a contagem de centenas de mortos.
O governo sírio desloca forças de segurança para a área de Sweida, no sul do país, onde persistem confrontos entre drusos e beduínos neste sábado (19.jul.2025), mesmo com os esforços para estabelecer um armistício. Jornalistas da agência Reuters registraram disparos na cidade e observaram projéteis atingindo localidades vizinhas, em um aumento da violência que já se estende por quase uma semana.
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As autoridades sírias solicitaram que todas as partes parassem os combates após dias de violência sectária que resultaram em centenas de mortos. De acordo com a Reuters, que possui reportagens na região, os confrontos iniciaram-se na semana passada entre os drusos —minoria religiosa presente no sul da Síria, nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e em partes do Líbano e da Jordânia— e tribos beduínas sírias.
O conflito mobilizou a participação de Israel, que conduziu ataques aéreos na Síria, especificamente no sul do país e contra o Ministério da Defesa em Damasco, durante a semana, enquanto as forças governamentais enfrentavam os drusos. Israel alega estar protegendo os drusos.
Os Estados Unidos e Israel possuem visões distintas sobre a Síria. Washington apoia uma Síria centralizada sob o governo de Sharaa, que assegura governar para todos os cidadãos, ao passo que Israel alega que o governo é dominado por jihadistas e representa uma ameaça às minorias.
O presidente interino Ahmed al-Sharaa afirmou que a mediação “árabe e americana” contribuiu para a retomada da tranquilidade, antecedendo o aumento dos confrontos. Ele censurou Israel pelos ataques aéreos durante a semana.
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O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização de monitoramento sediada no Reino Unido, comunicou que os combates desde a última semana em torno de Suwayda causaram a morte de no mínimo 940 indivíduos.
Omar Obeid, diretor de um hospital em Suied, informou à Reuters que a unidade estava repleta de cadáveres e feridos após dias de violência. “Todos os ferimentos são de bombas, algumas pessoas com ferimentos no peito. Também há ferimentos nos membros por estilhaços”, declarou.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.