Rio de Janeiro: Pobreza diminui com mais programas sociais, diz estudo

Mercado de trabalho informal agrava vulnerabilidade na região metropolitana, alerta especialista do IPPUR/UFRJ.

08/10/2025 8:47

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Desigualdade de Renda em Metrópoles Brasileiras: Cenário no Rio de Janeiro

Entre 2021 e 2024, a desigualdade de renda nas metrópoles brasileiras diminuiu quase 20%, acompanhada por uma redução na taxa de pobreza de 31% para 19%. Essa melhora é atribuída ao aumento da renda proveniente do trabalho, especialmente impactando os mais pobres.

O Boletim Desigualdade nas Metrópoles, edição 16, destaca que a retomada da política de valorização do salário mínimo, juntamente com a cobertura de programas como Bolsa Família, contribuíram para esse quadro. O Rio de Janeiro, no entanto, apresenta um cenário particular, influenciado por fatores econômicos locais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Análise do Professor Juciano Rodrigues

O professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), Juciano Rodrigues, explica que a alta informalidade do mercado de trabalho no Rio de Janeiro, historicamente superior à de outras cidades, é um fator crucial. Essa informalidade, impulsionada pela desindustrialização da metrópole e pela alta rotatividade no mercado de trabalho, impacta negativamente a renda dos mais pobres.

Leia também:

Rodrigues ressalta que a população da cidade depende significativamente de programas sociais, especialmente nas favelas e periferias, em vez de uma dinâmica de mercado de trabalho robusta.

Comparativo com Outras Metrópoles

A taxa de pobreza no Rio de Janeiro (17,6%) é a mais alta entre as metrópoles do Sudeste, como Belo Horizonte (13,3%), São Paulo (14,1%) e Grande Vitória (15,1%). Apesar disso, a desigualdade no Rio é maior que a média nacional.

A distribuição de renda no Rio é marcada por uma grande disparidade, com os 40% mais pobres sobrevivendo com uma renda de R$ 709, enquanto os que ocupam o topo da distribuição ganham 15,4 vezes mais. A renda média da região metropolitana aumentou para R$ 2.640, um aumento de R$ 410.

Estagnação da Desigualdade

Apesar do aumento da renda média, a estrutura de distribuição de renda no Rio permanece rígida e desigual, com pouca mudança na desigualdade. Essa situação se diferencia de outras regiões metropolitanas, onde a desigualdade tem apresentado uma queda mais significativa.

Conclusão: Desafios Persistentes

A análise de Juciano Rodrigues aponta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater a desigualdade no Rio de Janeiro, considerando a persistência da informalidade e a dependência de programas sociais como fatores que contribuem para a estagnação da desigualdade.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.