Rio de Janeiro: Pobreza diminui com mais programas sociais, diz estudo
Mercado de trabalho informal agrava vulnerabilidade na região metropolitana, alerta especialista do IPPUR/UFRJ.
Desigualdade de Renda em Metrópoles Brasileiras: Cenário no Rio de Janeiro
Entre 2021 e 2024, a desigualdade de renda nas metrópoles brasileiras diminuiu quase 20%, acompanhada por uma redução na taxa de pobreza de 31% para 19%. Essa melhora é atribuída ao aumento da renda proveniente do trabalho, especialmente impactando os mais pobres.
O Boletim Desigualdade nas Metrópoles, edição 16, destaca que a retomada da política de valorização do salário mínimo, juntamente com a cobertura de programas como Bolsa Família, contribuíram para esse quadro. O Rio de Janeiro, no entanto, apresenta um cenário particular, influenciado por fatores econômicos locais.
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Análise do Professor Juciano Rodrigues
O professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), Juciano Rodrigues, explica que a alta informalidade do mercado de trabalho no Rio de Janeiro, historicamente superior à de outras cidades, é um fator crucial. Essa informalidade, impulsionada pela desindustrialização da metrópole e pela alta rotatividade no mercado de trabalho, impacta negativamente a renda dos mais pobres.
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Rodrigues ressalta que a população da cidade depende significativamente de programas sociais, especialmente nas favelas e periferias, em vez de uma dinâmica de mercado de trabalho robusta.
Comparativo com Outras Metrópoles
A taxa de pobreza no Rio de Janeiro (17,6%) é a mais alta entre as metrópoles do Sudeste, como Belo Horizonte (13,3%), São Paulo (14,1%) e Grande Vitória (15,1%). Apesar disso, a desigualdade no Rio é maior que a média nacional.
A distribuição de renda no Rio é marcada por uma grande disparidade, com os 40% mais pobres sobrevivendo com uma renda de R$ 709, enquanto os que ocupam o topo da distribuição ganham 15,4 vezes mais. A renda média da região metropolitana aumentou para R$ 2.640, um aumento de R$ 410.
Estagnação da Desigualdade
Apesar do aumento da renda média, a estrutura de distribuição de renda no Rio permanece rígida e desigual, com pouca mudança na desigualdade. Essa situação se diferencia de outras regiões metropolitanas, onde a desigualdade tem apresentado uma queda mais significativa.
Conclusão: Desafios Persistentes
A análise de Juciano Rodrigues aponta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater a desigualdade no Rio de Janeiro, considerando a persistência da informalidade e a dependência de programas sociais como fatores que contribuem para a estagnação da desigualdade.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.