Ricardo Nunes critica leilão de ruas em São Paulo: “Privatização do espaço público é aberração”
Ricardo Nunes enfrenta críticas por proposta que agrava segregação urbana e diminui a convivência social, segundo especialista.
Prefeitura de São Paulo Leiloará Ruas para Arrecadar R$ 25 Milhões
A prefeitura de São Paulo, liderada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), oficializou nesta terça-feira (7) a autorização para o leilão de trechos de ruas da capital. O projeto de lei, publicado no Diário Oficial na quarta-feira (8), visa arrecadar R$ 25 milhões. O foco inicial é a Travessa Engenheiro Antônio de Souza Barros Júnior, localizada nos Jardins, uma área considerada nobre da cidade.
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Caso o leilão seja bem-sucedido, a via passará a ser administrada por uma construtora privada, com planos de incorporá-la a um condomínio fechado. A iniciativa representa uma mudança na política urbana da cidade.
Críticas à Privatização de Espaços Públicos
O arquiteto e urbanista Marcelo Ferraz expressou forte crítica à decisão. Ferraz argumenta que a privatização de espaços públicos “vai contra o espírito ideal da concepção de cidade”. Ele defende que a cidade deve ser um “palco maior da convivência humana”, promovendo “tolerância, amizade e vida comum”.
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Ferraz ressaltou que a redução de áreas de convivência pública impacta negativamente a segurança e a paz social. Ele destaca que a diminuição da violência ocorre quando há interação entre diferentes classes sociais.
Preocupações com Segregação e Impacto no Estado
O urbanista criticou a lógica de ampliar o patrimônio privado com áreas que deveriam ser coletivas. Em bairros ricos, a privatização significa aumentar o espaço de indivíduos já privilegiados. Ferraz enfatiza que a ausência do Estado pode levar a uma cidade informal, desconfortável e inadequada.
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Autor(a):
Pedro Santana
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