O novo horário, a rotina ajustada e a saudade de casa: o retorno ao ambiente escolar nem sempre é fácil para os pequenos. Mesmo com a saudade dos amigos e dos professores, a volta às aulas pode ser um desafio nos primeiros dias de agosto devido à saudade dos pais e de casa e ao receio em relação ao novo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Com paciência, acolhimento e atitudes simples no cotidiano, é possível transformar esse momento em uma oportunidade de crescimento emocional e fortalecimento dos vínculos familiares. Apesar de ser desafiador, esse processo pode ser conduzido com tranquilidade quando os pais oferecem segurança, escuta ativa e mantêm uma rotina clara – ingredientes essenciais para um recomeço saudável.
Consulte algumas sugestões para os pais:
Volte aos seus hábitos progressivamente.
LEIA TAMBÉM!
Inicie o ajuste do horário de sono e das refeições alguns dias antes do retorno, auxiliando o corpo da criança a se readaptar aos horários escolares, evitando um choque de mudança abrupta. “Reintroduzir rotinas com antecedência reduz o impacto da transição. Isso dá segurança à criança, porque sinaliza previsibilidade e estrutura, elementos essenciais no processo de aprendizagem”, afirma o orientador educacional do Brazilian International School – BIS, da capital paulista, Carlos Augusto Lima.
Evite o uso de dispositivos eletrônicos durante a noite.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um sono de boa qualidade é um fator-chave para o desempenho escolar. Quando não dormimos o suficiente, nosso cérebro não tem tempo para processar e armazenar todas as informações que aprendemos. Reduzir o uso de celular e outras telas ao menos uma hora antes de dormir melhora a produção de melatonina e favorece o descanso. “O excesso de estímulos luminosos e informacionais afeta a consolidação da memória e o humor. Crianças descansadas aprendem melhor e se adaptam mais rápido à rotina escolar”, diz Lima.
Conheça a criança nos preparativos
Permitir que a criança auxilie na organização da mochila ou na seleção do novo caderno fortalece o vínculo com a escola. “Participar da organização dos materiais estimula a autonomia e reforça o senso de pertencimento. A criança se sente parte ativa de sua própria trajetória escolar”, afirma Fatima Lopes, diretora da Escola Bilíngue Aubrick, na capital paulista.
Discuta o retorno às aulas.
Aborde de maneira positiva o retorno à escola. Às vezes, o desconforto surge de inseguranças que podem ser amenizadas com empatia. Pergunte do que ela mais sente falta (dos amigos, dos brinquedos, da professora) e reforce os aspectos positivos de voltar. “Os pais podem ler livros sobre escola ou assistir a desenhos que abordem o tema para criar um ambiente de antecipação e curiosidade”, sugere Lilian Murad Brunner, diretora institucional da Educação Infantil do Porto Seguro. “Quando o adulto valida os sentimentos da criança, ela se sente respeitada e mais preparada para enfrentar os desafios da volta às aulas”, diz Fatima.
Cada criança é única.
Não compare seu filho com colegas, irmãos ou com a versão idealizada que você criou. Cada um tem seu tempo. “Comparações inibem a autoestima e atrapalham a autorregulação emocional”. Respeitar a singularidade é reconhecer o ritmo natural do desenvolvimento, alerta Lima.
Tenha paciência.
A readaptação demanda tempo, e deve ser vista com paciência e persistência. Oscilações de humor, cansaço e até alguma resistência são esperadas. “A readaptação é como ajustar um instrumento musical: exige afinação, escuta e regulagens finas”, orienta a coordenadora pedagógica do colégio Progresso Bilíngue Taquaral, de Campinas/SP, Luísa Cassaniga.
Acompanhe e preste atenção aos primeiros dias.
É fundamental estar mais atento na primeira semana. Ouvir relatos, questionar sobre o dia e observar comportamentos é essencial. “Os primeiros dias indicam como está a adaptação. Pequenos sinais, como variações de humor, podem indicar que algo precisa ser ajustado com apoio e diálogo”, orienta Luísa.
Pesquisa indica que a proibição de celulares em escolas holandesas elevou o nível de concentração dos estudantes.
Fonte por: CNN Brasil