Resouro Strategic Minerals e Rare Earth Technologies selam parceria para refino de minério no Brasil

A Resouro Strategic Minerals e a Rare Earth Technologies firmam parceria inovadora para refino de minério em Minas Gerais, visando criar uma cadeia produtiva de terras raras

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(Imagem de reprodução da internet).

Resouro Strategic Minerals e Rare Earth Technologies firmam parceria para refino de minério

A Resouro Strategic Minerals, empresa canadense com um projeto promissor de titânio e terras raras em Minas Gerais, estabeleceu um memorando de entendimento com a americana Rare Earth Technologies. O objetivo é testar o refino do minério brasileiro em Cincinnati, nos Estados Unidos.

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O anúncio foi feito pela Resouro, que é listada em bolsas nos Estados Unidos, Frankfurt e Austrália, nesta quinta-feira (13).

O acordo visa unir as competências das duas empresas: a Resouro na extração e a RETI na tecnologia de refino e separação química. A intenção é criar uma cadeia produtiva integrada de terras raras, o que pode resultar em redução de custos e aumento da competitividade do projeto.

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Desafios do refino de terras raras

A extração de terras raras, embora poluente, não é a parte mais complexa do processo. O verdadeiro desafio reside no refino, que envolve a separação dos elementos químicos do minério. Essa etapa exige tecnologia avançada, investimentos significativos e mão de obra qualificada. É nesse processo que o minério bruto é transformado em produtos de alto valor agregado, utilizados em ímãs permanentes, semicondutores, turbinas e equipamentos de defesa.

O memorando entre a Resouro e a Rare Earth é não vinculante e contempla três fases de testes antes de uma decisão final sobre o refino conjunto. Na fase inicial, a Resouro enviará amostras de minério de alto teor do projeto Tiros para a empresa americana, que aplicará sua tecnologia de extração e separação.

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Os custos dos testes serão arcados pela RETI, enquanto a Resouro custeará apenas o envio das amostras.

Fases do projeto e potencial de parceria

O objetivo inicial é verificar a compatibilidade da tecnologia com o minério de Minas Gerais. Se essa fase for bem-sucedida, a segunda fase poderá ser iniciada, permitindo que os dados sejam incorporados ao estudo de pré-viabilidade do projeto pela Resouro.

Nesse ponto, as empresas poderão formalizar um memorando definitivo que estabeleça os termos da parceria, incluindo a possibilidade de desenvolver uma instalação de separação nos Estados Unidos e, posteriormente, em Campos Altos (MG).

Se todas as etapas forem concluídas com sucesso, a parceria poderá resultar em uma transferência gradual de tecnologia, beneficiando o Brasil. A terceira fase prevê a criação de uma joint venture entre as duas empresas para construir uma planta completa de processamento, caso a tecnologia se prove viável.

Essa unidade, preferencialmente em Campos Altos, produziria óxidos de terras raras de alta pureza para o mercado internacional, posicionando o projeto Tiros como um potencial fornecedor global de minerais críticos refinados.

Se a terceira fase avançar, a tecnologia de refino, atualmente concentrada nos Estados Unidos, precisará ser instalada e operada no Brasil. Isso representará a internalização do conhecimento e uma transferência industrial de tecnologia para o país.

O Projeto Tiros, situado no noroeste de Minas Gerais, é uma das maiores descobertas de terras raras em superfície no Brasil. Com 28 concessões minerais que abrangem quase 500 km², o depósito possui características raras, como homogeneidade, grande extensão lateral e altos teores de terras raras e dióxido de titânio.

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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