O renascimento dos discos de vinil é impulsionado pela geração Z, que valoriza a estética e a experiência de colecionar, com Taylor Swift liderando a tendência
Os discos de vinil estão passando por um renascimento, e não são apenas os amantes da música ou os baby boomers nostálgicos que estão impulsionando essa tendência. A geração Z tem um papel crucial na recuperação das vendas de vinil, que aumentaram em média 18% ao ano nos últimos cinco anos.
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Um relatório da Futuresource Consulting revela que cerca de 60% dessa geração afirma adquirir discos.
Entretanto, a motivação para a compra não se resume à qualidade sonora. James Duvall, analista da Futuresource Consulting, aponta que cerca de 40% dos compradores de discos nos Estados Unidos não possuem um toca-discos. Além disso, 56% dos jovens da geração Z valorizam o vinil pela estética, enquanto 37% o utilizam como elemento decorativo, segundo pesquisa da Vinyl Alliance.
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O ressurgimento do vinil é amplamente atribuído a Taylor Swift, que transformou seus álbuns em itens colecionáveis, frequentemente incluindo faixas extras, pôsteres ou poemas. Jeffrey Smith, vice-presidente de marketing da Discogs.com, destaca que cada versão é “uma peça diferente da história”, elevando o padrão para outros artistas como Lana Del Rey e Olivia Rodrigo.
De acordo com o relatório de 2024 do grupo de pesquisa Luminate, cinco álbuns de Swift figuraram entre os dez mais vendidos em vinil nos EUA. O álbum “The Tortured Poets Department” vendeu 1,48 milhão de cópias, enquanto “Midnights” alcançou 188 mil.
Swift oferece quatro variantes de “Midnights”, que, quando unidas, formam um relógio.
Erin Davila, de 28 anos, de Orlando, começou a colecionar discos no ensino médio e considera o disco físico um “troféu” da música que ama. Junto com seu marido, Peyton, eles têm quase mil discos e programam alarmes para lançamentos de vinil de seus artistas favoritos.
Dexter Phuong, um criador de conteúdo de 25 anos na Carolina do Norte, utiliza vinis como decoração, trocando álbuns conforme as estações. Ele possui quase todos os discos de Lana Del Rey e os considera mais como objetos de arte do que como itens para ouvir. “Normalmente, guardo-as como objetos de arte”, afirmou.
A geração Z busca pequenos prazeres, como cafés especiais e ingressos para shows, segundo Jared Watson, da NYU. Ele observa que, com a adiamento de marcos importantes, os jovens adultos buscam gratificação em itens colecionáveis. Isso resulta em um aumento nas compras em lojas de discos locais, onde podem encontrar melhores preços.
Tony Baker, de 27 anos, de Orlando, exemplifica essa busca por preços acessíveis, comprando discos pelo valor certo. Recentemente, ele adquiriu um álbum de Toni Braxton por US$ 100. Smith, do Discogs, observa que discos em estado quase perfeito podem ser encontrados por cerca de US$ 15, 45% abaixo do preço de varejo.
Além disso, a geração Z valoriza a compra de discos em brechós, que trazem um valor sentimental por já terem pertencido a alguém. Peyton Davila compara essa prática à compra de roupas em brechós, enfatizando a sustentabilidade e a redução do consumo excessivo de discos.
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.