Relatório de Empregos de Novembro nos EUA é Divulgado em Data Inusitada

O relatório de empregos referente a novembro nos Estados Unidos será divulgado nesta terça-feira (16), em um momento atípico, em vez da tradicional primeira sexta-feira do mês. Essa mudança se deve à longa paralisação governamental, que durou 43 dias, impactando a coleta de dados econômicos essenciais em um período crítico para empresas e famílias.

Nos próximos dias, importantes relatórios sobre vendas no varejo, inflação e mercado de trabalho serão apresentados. O relatório de empregos e o Índice de Preços ao Consumidor de novembro trarão também dados de outubro, devido à interrupção na coleta de informações.

Essa situação é incomum, especialmente em uma época marcada por promoções de fim de ano.

Expectativas para o Relatório de Empregos

O relatório de empregos deve indicar a criação de apenas 40.000 novas vagas em novembro, com a taxa de desemprego permanecendo em 4,4%. Embora essa taxa seja historicamente baixa, ainda é superior à dos últimos anos. Economistas alertam que o relatório pode apresentar confusões devido à paralisação governamental.

Daniel Zhao, economista-chefe do Glassdoor, destacou a incerteza que acompanha operações de grande escala, como a do Departamento de Estatísticas do Trabalho. Ele enfatizou a importância de uma análise cuidadosa dos dados, dada a singularidade da situação atual.

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Impacto da Paralisação na Coleta de Dados

A coleta de dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) é realizada por meio de duas pesquisas: uma com empresas e outra com domicílios. Durante a paralisação, a maioria dos funcionários foi dispensada, resultando na suspensão da coleta e processamento de dados.

Zhao observou que a capacidade de recordar informações sobre o passado diminui rapidamente, o que torna a análise de dados mais desafiadora.

Como consequência, o BLS não conseguiu divulgar um relatório de empregos separado para outubro, e os dados coletados eletronicamente foram incluídos no relatório de novembro. O período de coleta foi estendido, e o relatório foi adiado de 5 para 16 de dezembro.

Expectativas e Análises do Mercado de Trabalho

Embora o relatório apresente uma visão parcial do mercado de trabalho, dados recentes de agências privadas ajudaram a preencher as lacunas. A ADP, por exemplo, estimou um ganho de 47.000 empregos em outubro e uma perda de 32.000 em novembro. Além disso, os pedidos de seguro-desemprego se mantiveram estáveis, exceto por distorções relacionadas ao feriado de Ação de Graças.

Tyler Schipper, professor de economia, acredita que o número de empregos de setembro pode ter sido o pico, com uma expectativa de criação de 0 a 50.000 empregos entre os relatórios de outubro e novembro. Ele ressaltou que a situação atual não deve mudar, pois a criação de empregos não é suficiente para manter a taxa de desemprego baixa.

Perspectivas Futuras e Setores em Foco

Antes da paralisação, as previsões já indicavam um crescimento fraco do emprego. Esperava-se que cerca de 100.000 a 150.000 funcionários federais deixassem a folha de pagamento em 1º de outubro, o que poderia distorcer as estimativas de emprego.

A economista Shruti Mishra estimou uma possível perda líquida de 65.000 empregos em outubro.

Além dos números principais, os dados internos das pesquisas podem oferecer uma visão crítica sobre a economia americana. A distribuição dos ganhos de emprego por setor será monitorada, com expectativa de queda em setores de bens de consumo, enquanto saúde e restaurantes devem continuar a criar vagas.

A trajetória das taxas de participação na força de trabalho e os índices de emprego em relação à população serão indicadores importantes para entender como os americanos estão enfrentando o mercado de trabalho. Cory Stahle, economista do Indeed Hiring Lab, destacou que a percepção das pessoas sobre a dificuldade de encontrar emprego pode afetar o mercado de trabalho de maneira significativa.