Relatório aponta que China ganha força com a retirada da diplomacia dos Estados Unidos
Relatório do Senado dos EUA avalia de forma crítica as estratégias de Trump, incluindo tarifas e reduções de investimentos em órgãos governamentais.

A Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos divulgou na segunda-feira (14.jul.2025) um relatório que sustenta que a China tem aumentado sua influência global devido a “políticas equivocadas” do ex-presidente Donald Trump (Republicano). O documento é assinado por dez senadores do Partido Democrata.
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De acordo com o relatório, as estratégias de Trump nos últimos seis meses, incluindo os cortes de gastos em agências públicas com atuação internacional e a política de taxação contra parceiros comerciais, isolaram os EUA e criaram oportunidades para a China no cenário internacional. Segue a íntegra (PDF – 8 MB, em inglês).
O relatório de 36 páginas afirma que a China possui estratégia de longo prazo para deslocar os EUA da posição de maior potência global, empregando desinformação, ataques cibernéticos e coerção econômica para alcançar esse objetivo. Os democratas argumentam que as políticas de Trump foram “um presente para Pequim”.
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Um dos exemplos apontados pelos senadores americanos é a presença da China na Ásia e na África – áreas estratégicas para a extração de minérios necessários para a indústria tecnológica. Através da iniciativa da Nova Rota da Seda, os chineses estabeleceram parcerias de longo prazo com esses países, ao passo que os EUA se distanciam da região.
Ademais de acordos comerciais específicos, os chineses assumiram o papel dos Estados Unidos em iniciativas humanitárias. O documento cita situações como a suspensão de programas de assistência alimentar no Uganda e o fornecimento de auxílio médico na Zâmbia.
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Em Uganda, a administração de Trump encerrou um programa de combate à fome no país, enquanto em março de 2025 a China doou US$ 2 milhões para a compra de arroz para comunidades em risco e crianças ugandesas.
Na Zâmbia, a Casa Branca interrompeu um programa de combate ao vírus HIV. Alguns meses depois, a China se ofereceu para promover uma nova política de saúde no país africano e doou 500 mil testes.
Em junho deste ano, a principal redução na assistência internacional dos EUA foi determinada por Trump, que ordenou o encerramento da USaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) no exterior até 30 de setembro.
O Departamento de Estado assumiu os programas de assistência externa em 15 de junho. Embaixadas norte-americanas foram instruídas a se prepararem para a transição em 4 meses.
O declínio caótico da USaid, uma guerra tarifária equivocada e os esforços para fechar a Rádio Ásia Livre, para citar alguns, foram um presente para Pequim. Particularmente, nossos aliados nos informam que as autoridades chinesas estão radiantes, caracterizando os Estados Unidos como pouco confiáveis. Em alguns casos, a China está preenchendo o vazio que deixamos para trás.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.