Relatora da ONU afirma que empresas lucram com “genocídio” em Gaza
Relatório submetido ao Conselho de Direitos Humanos solicita responsabilização de empresas do setor bélico e medidas restritivas contra Israel. Consulte…

A relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, apresentou nesta quinta-feira (3.jul) um relatório ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em que solicita a responsabilização de empresas globais por “lucrar com o genocídio” em Gaza.
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O documento, divulgado na segunda-feira (30.jun.2025), também solicita sanções e embargo de armas contra Israel. Segue a íntegra (PDF – 1MB, em inglês).
O relatório, intitulado “Da economia de ocupação à economia de genocídio”, discute o envolvimento de corporações internacionais no fornecimento de armas e equipamentos pesados utilizados nas operações israelenses em Gaza e na Cisjordânia. O documento também detalha como empresas multinacionais têm obtido lucros financeiros decorrentes do conflito.
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Não é a primeira vez que Albanese, acadêmica italiana que ocupa o cargo desde 2022, classifica a ofensiva israelense como “genocídio”. Em março de 2024, ela denunciou Israel à CIJ (Corte Internacional de Justiça) pelas ações no território palestino.
Ela afirmou ao jornal britânico Guardian: “Eu investiguei isso dia após dia por 630 dias e, francamente, depois de cinco meses eu poderia dizer que era genocídio. Você não precisa de um cientista para estabelecer o que é genocídio. Você só precisa conectar os pontos”.
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Israel cometeu atos reconhecidos como genocídicos, como o assassinato de quase 60.000 indivíduos, provavelmente mais, a criação de condições de vida destinadas a destruir e a destruição de 80% das residências sem acesso à água e à alimentação, conforme adicionou a relatora.
A operação israelense em Gaza teve início em outubro de 2023 após um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.200 israelenses. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 56.000 palestinos faleceram durante a campanha militar israelense, com estimativas indicando que o número real pode ser superior.
Em 16 de junho de 2025, o documento declarou que o Exército israelense obteve vantagens através do maior programa de aquisição de defesa já realizado, relacionado ao caça F-35, produzido pela Lockheed Martin com a participação de mais de 1.600 fornecedores e 8 países. Israel foi o primeiro a operar o avião de guerra em “modo besta”, transportando 8.165 kg de bombas simultaneamente.
O relatório também aponta que o GPFG (Fundo de Pensão do Governo da Noruega), o maior fundo soberano do mundo, elevou seus investimentos em empresas israelenses 32% desde outubro de 2023. Grandes bancos globais, incluindo BNP Paribas e Barclays, contribuíram para impulsionar a confiança do mercado ao aceitar títulos do tesouro israelenses.
O relatório afirma que, enquanto líderes políticos e governos evitam suas responsabilidades, diversas entidades corporativas auíram com a economia da ocupação ilegal, o apartheid e, atualmente, o genocídio de Israel. A cumplicidade exposta por este relatório é apenas a ponta do iceberg; o fim disso não ocorrerá sem responsabilizar o setor privado, incluindo seus executivos.
A relatora censurou empresas de tecnologia e fabricantes de equipamentos pesados. A empresa norte-americana Palantir é mencionada por sua parceria estratégica com as FDI (Forças de Defesa de Israel) para auxiliar em “missões relacionadas à guerra”.
Albanese solicita sanções e um embargo de armas contra Israel, e clama ao TPI (Tribunal Penal Internacional) e aos judiciários nacionais para investigar e processar executivos corporativos e/ou entidades corporativas por sua participação na comissão de crimes internacionais e na lavagem dos lucros desses crimes.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.