Relator propõe plano de trabalho da CPI do INSS, com ênfase em seis eixos de investigação
Alfredo Gaspar apresentou aos parlamentares um plano para identificar, em 180 dias, fraudes desde 2015, com rastreamento de recursos desviados, análise …
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS, apresentou na terça-feira, 26, o plano de trabalho que guiará as investigações sobre fraudes em aposentadorias e pensões. O documento estabelece um prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos e define o alcance da apuração de fatos ocorridos a partir de 2015, abrangendo os governos Dilma 2, Temer, Bolsonaro e Lula 3.
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O relator declarou que seu trabalho não terá “protegidos” ou “perseguidos”. Também sustentou que tinha uma visita prevista ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar, mas que declinou do convite por querer manter a imparcialidade de sua atuação. “Não conheço Lula e sei pouco de Bolsonaro, mas não quero mal nenhum para o governo. Serei duro e implacável com aqueles que cometeram crime, não importando qual governo eles participaram”, afirmou.
Os seis eixos.
O plano estrutura a investigação em seis grandes eixos. O primeiro é o mapeamento do esquema fraudulento e do modus operandi, que visa identificar como associações de fachada, falsificação de autorizações e acessos indevidos a dados do INSS possibilitaram a cobrança de descontos ilegais em benefícios de milhões de aposentados.
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O segundo eixo consiste na identificação e responsabilização dos envolvidos, com ênfase em servidores do INSS, da Dataprev, dirigentes do Ministério da Previdência e empresários ligados ao mercado financeiro e a entidades associativas. O relator aponta que agentes públicos e privados podem ser convocados para esclarecer falhas de gestão e participação em ilícitos.
A terceira etapa de apuração consiste na avaliação do impacto social e financeiro das fraudes, mensurando o número de vítimas e estimando as perdas individuais e coletivas decorrentes dos descontos indevidos.
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Outro ponto central da comissão será o acompanhamento dos recursos desviados, que a Controladoria-Geral da União estima em 6,3 bilhões de reais, entre 2019 e 2024. A CPI tem como objetivo analisar o fluxo financeiro, determinar os envolvidos e apurar crimes correlatos, incluindo lavagem de dinheiro e corrupção.
A quinta dimensão envolve a análise das falhas institucionais que possibilitaram a manutenção do esquema. O plano menciona a ausência de gestores frente a denúncias frequentes e as vulnerabilidades no controle do INSS.
Finalmente, o sexto eixo contempla a análise de ações preventivas e sugestões legislativas. O propósito é apresentar alterações legais e administrativas que reforcem os instrumentos de controle, promovam a clareza e impeçam novas fraudes contra beneficiários da aposentadoria e pensões.
O prazo é de 180 dias para a conclusão, com término previsto para 28 de março de 2026 (considerando o recesso parlamentar).
Vice-presidência
Duarte Jr. (PSB-MA) assumirá a vice-presidência da comissão após acordo entre a oposição e o governo. O deputado afirmou que seu nome foi proposto por “isenção técnica”. “Não estamos aqui para conservar bandidos de estimação. Estamos aqui para investigar, estamos aqui para dar a resposta aos que doer. Não importa quem cometeu os crimes, se é da direita ou da esquerda”, declarou após ser eleito nesta terça-feira.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












