Relator da anistia na Câmara afirma não saber se seu texto irá agradar ou beneficiar Bolsonaro

O deputado Paulinho da Força, do Centrão, dialogou com jornalistas após sua designação na relatoria do projeto de lei proposto por Hugo Motta.

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(Imagem de reprodução da internet).

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de anistia, afirmou não ter definido se a proposta incluirá ou não o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre pena de 27 anos e três meses por golpe de Estado.

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A informação foi divulgada em 18 de maio.

“Não sei se meu trabalho agradará ou salvará Bolsonaro, isso é o que construiremos, conversando com todos e tendo uma maioria”, disse Paulinho em conversa com jornalistas em Brasília, registrada pela Agência Câmara.

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“Inicialmente, faremos algo no meio termo”, completou o deputado.

Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, anunciou nesta quinta-feira Paulinho como relator do projeto. A escolha considerou o bom relacionamento com ministros do Supremo Tribunal Federal e a proximidade com parlamentares de diferentes espectros ideológicos.

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“Tenho certeza de que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário”, afirmou Motta no anúncio.

A diminuição do tempo de prisão imposto a um condenado.

Conforme Paulinho da Força, o ponto central do texto deve ser a busca por uma diminuição das penas dos indivíduos julgados pelos ataques de 8 de janeiro. Ele sustentou que tal medida contribuirá para a estabilização do país.

“É necessário buscar a pacificação, romper com a polarização, pois isso não é benéfico para ninguém”, declarou. “Acredito que obteremos o apoio da esquerda”, avaliou em outro momento da conversa.

A articulação com o presidente do Senado, buscando apoio para a aprovação do projeto de lei.

O relator do projeto na Câmara comunicou que buscará contato com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para discutir a viabilidade de elaborar um texto de acordo entre as duas Casas.

O senador conduz uma iniciativa para evitar a adesão bolsonarista que propõe um perdão abrangente e sem restrições e aprovar apenas uma “anistia alternativa”.

O relator afirmou ter conversado com Alcolumbre, e a intenção é construir algo conjunto com o Senado, para evitar esse problema [de não votar o projeto aprovado na Câmara]. Paulinho sustentou que [não votar a anistia no Senado] não existe.

Prioridade

O projeto apresentado por Paulinho está em discussão na Câmara dos Deputados com prioridade. A aprovação ocorreu de forma rápida na noite de quarta-feira, 17. Um total de 311 deputados votaram a favor da medida em uma votação acelerada. Ciento e sessenta e três parlamentares não concordaram em agilizar o andamento da proposta. Sete legisladores não compareceram para votar.

A proposição, que teve tramitação célere, é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e estabelece anistia para pessoas envolvidas em atos antidemocráticos a partir de 30 de outubro de 2022, data em que manifestantes bolsonaristas obstruíram vias rodoviárias após o resultado das eleições.

O projeto de Crivella inclui o perdão de multas determinadas pela Justiça Eleitoral e abrange qualquer medida restritiva de direitos, incluindo aquelas impostas por decisões liminares e sentenças definitivas ou não, que “restrinjam a liberdade de expressão e manifestação de caráter político ou eleitoral”.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.

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