Interdição da Refinaria Petróleos de Manguinhos (Refit) em Investigação

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou a interdição da Refinaria Petróleos de Manguinhos (Refit) em decorrência de investigações relacionadas às operações Cadeia de Carbono e Carbono Oculto. Paralelamente, a agência solicitou a apreensão de dois navios carregados com combustível, envolvendo uma complexa rede de autoridades.

A operação conjunta foi conduzida pela ANP, Receita Federal, Polícia Federal, Ministério de Minas e Energia (MME) e Marinha do Brasil. A investigação inicial surgiu a partir de suspeitas envolvendo a facção criminosa PCC, que utilizava postos de gasolina como fachada para lavagem de dinheiro.

Parte do combustível produzido na Refit era distribuída por empresas como 76 Oil, Manguinhos Distribuidora e Rodopetro, também sob escrutínio das autoridades. A investigação busca identificar possíveis irregularidades comerciais e de segurança na operação da refinaria.

Suspeitas de Irregularidades na Refit

A ANP investiga se a Refit praticava importação de gasolina com formulação declarada de forma fraudulenta, visando à evasão fiscal. Há também suspeitas de uso de tanques e sistemas de fluxo com padrões de segurança comprometidos.

Uma das principais linhas de investigação é se a Refit operava de forma “de fachada”, produzindo combustível que, na verdade, era importado pronto para uso. A agência está analisando se a empresa manipulava informações sobre a origem e composição dos combustíveis.

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Apreensão de Cargas e Produtos

Como parte da investigação, a ANP coletou mais de cem amostras de nafta, condensado, gasolina, diesel e metilanilina para análise. A apreensão de dois navios revelou cargas significativas de óleo diesel (91 milhões de litros, avaliados em mais de R$ 290 milhões) e compostos químicos utilizados como aditivos para combustíveis.

Os produtos apreendidos, com destino a empresas do Rio de Janeiro e São Paulo, são submetidos a perícia técnica para determinar sua composição e verificar a conformidade com as normas regulatórias.

Resposta da Refit e Próximos Passos

A Refit nega as acusações, afirmando que não atuou como empresa de fachada e possui histórico de atividades legítimas. A companhia ressalta que opera com volume limitado e auditado pela ANP, além de ter autorização da agência para ampliar sua capacidade de refino.

A ANP continua a investigação, buscando evidências que possam comprovar ou refutar as suspeitas. A interdição da Refit e a apreensão dos navios representam medidas urgentes para garantir a segurança e a qualidade dos combustíveis no mercado brasileiro.