Queda de 25% nas Exportações do Brasil para os EUA após Tarifas de 50% em Produtos

As exportações do Brasil para os EUA caem 25% após tarifas de 50%, enquanto as vendas para a China crescem, destacando a diversificação de mercados.

09/11/2025 18:49

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Queda nas Exportações do Brasil para os EUA

As exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma redução de 25% nos três primeiros meses após a imposição de tarifas de 50% sobre a importação de diversos produtos. A medida entrou em vigor em 6 de agosto. Entre agosto e outubro de 2024, o Brasil exportou US$ 10,2 bilhões para o mercado americano, enquanto nos mesmos meses de 2025, esse valor caiu para US$ 7,6 bilhões, refletindo o impacto das tarifas.

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Produtos Afetados pelas Tarifas

Dentre os principais produtos brasileiros que enfrentaram queda nas exportações, destacam-se:

  • Açúcares e melaços: queda de 78,7%
  • Tabaco: queda de 70,6%
  • Carne bovina: queda de 53,6%
  • Café não torrado: queda de 16,6%

Outros produtos, como petróleo e minério de ferro, não foram afetados pela sobretaxa, mas sim por questões de mercado e demanda.

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Aumento nas Exportações para a China

As exportações brasileiras para a China, por sua vez, apresentaram um crescimento significativo, totalizando US$ 27,1 bilhões em 2025, em comparação a US$ 21,5 bilhões no mesmo período de 2024. Essa alta foi impulsionada principalmente pela venda de soja.

No que diz respeito à carne bovina, um dos produtos mais impactados pelas tarifas, as exportações para a China aumentaram de US$ 1,79 bilhão em 2024 para US$ 2,97 bilhões em 2025. A venda de café não torrado, embora ainda modesta, teve um aumento expressivo de 335%, alcançando US$ 125 milhões.

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Diversificação de Mercados

Com a implementação da tarifa de 50% dos EUA, o debate sobre a diversificação de mercados ganhou destaque tanto no setor privado quanto no governo. Empresários e autoridades afirmam que essa diversificação já era um movimento planejado, mas as tarifas aceleraram o processo.

A intenção do Brasil não é substituir completamente o mercado americano, o que é considerado inviável devido à complexidade das cadeias produtivas e ao tamanho do mercado consumidor dos EUA. O foco é diversificar destinos para reduzir os impactos negativos.

Os mercados alternativos já estavam sendo identificados antes da imposição das tarifas, facilitando a atuação do governo, que contava com opções quando a medida foi anunciada. Essa estratégia é especialmente relevante para produtos e commodities agrícolas, sendo uma prioridade do Ministério da Agricultura e Pecuária desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde 2023, mais de 400 novos mercados foram abertos.

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.