Quatro homens acusados de participação na emboscada que ceifou a vida do advogado criminalista e conselheiro da OAB-CE, Sávio Vieira da Silva, foram denunciados pelo MPCE (Ministério Público do Estado do Ceará).
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A denúncia foi apresentada na última sexta-feira (1º) pelo Gaeco, em colaboração com a 4ª Promotoria de Justiça do Júri de Fortaleza.
Conforme o MP, o crime foi encomendado por um chefe de facção criminosa insatisfeito com a atuação de Sílvio em um inquérito policial. O assassinato ocorreu em 5 de maio, no bairro Genibaú, em Fortaleza, e teria sido planejado pelos quatro denunciados, entre eles o também advogado Lucas Arruda Rolim, de 33 anos, que já havia sido detido em 2019 pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), suspeito de atuar como elo entre lideranças do Comando Vermelho no Rio de Janeiro e detentos no Ceará.
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Os réus serão responsabilizados por homicídio quadruplamente qualificado, com motivo torpe, meio cruel, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e utilização de arma de fogo de uso restrito, além de furto qualificado e participação em organização criminosa armada.
Segundo a polícia, Sávio foi atraído ao local sob o pretexto de receber um pagamento. Embora tenha solicitado transferência por Pix, o contato insistiu que o valor fosse retirado pessoalmente. O advogado foi surpreendido por disparos enquanto se encontrava dentro do veículo. Para tentar confundir as autoridades, os criminosos simularam um latrocínio e subtraíram o celular e o notebook da vítima.
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A acusação formal considera que o homicídio foi uma tentativa de intimidação de membros do sistema de justiça criminal. A promotoria enxerga o caso como um ataque direto ao direito à livre prática da advocacia e ao próprio Estado Democrático de Direito.
Após a detenção de Lucas, a Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará determinou a suspensão cautelar do investigado por 12 meses. A decisão foi tomada em caráter emergencial, considerando a gravidade dos fatos e as suspeitas de conduta incompatível com a profissão.
A suspensão impede o exercício da advocacia durante o período, além de determinar a retenção da carteira profissional e o registro da sanção nos sistemas da OAB. A instituição também informou que continuará colaborando com as autoridades nas investigações.
A investigação que apura o assassinato de Sílvio Vieira da Silva tramita sob sigilo judiciário.
Fonte por: CNN Brasil