Qual o motivo pelo qual Dino acredita que três réus possuem menor relevância no esquema criminoso?
O ministro evidenciou disparidades na participação dos réus no plano golpista e ressaltou o papel fundamental de Bolsonaro e Braga Netto.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, declarou na terça-feira que existem distintos níveis de responsabilidade entre os envolvidos no núcleo central da trama golpista.
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Segundo ele, Jair Bolsonaro (PL) e Walter Braga Netto (PL) desempenharam um papel de liderança e apresentaram uma culpabilidade considerável na organização criminosa, enquanto figuras como Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira registraram uma participação de menor relevância.
Dino classificou Bolsonaro como a figura central da articulação, destacando suas ameaças a ministros do STF e o conhecimento da minuta dos planos golpistas “Punhal Verde e Amarelo”, bem como a tentativa de utilização da máquina pública para atacar a democracia. Braga Netto, conforme o ministro, coordenava os “kids pretos”, mantinha contato com acampamentos golpistas e compartilhava com o ex-presidente a condução da “arquitetura golpista”.
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Em relação a Anderson Torres, Mauro Cid e Almir Garnier, Dino também considerou haver culpabilidade elevada. Ele lembrou que Torres esteve na reunião ministerial de julho de 2022 e coordenou operações da PRF para dificultar a votação de eleitores de Lula (PT) no segundo turno, enquanto Cid prestou colaboração decisiva com sua delação. Garnier, por sua vez, colocou as tropas da Marinha à disposição do golpe, configurando atos executorios, sustentou o magistrado.
Dino ressaltou a irrelevância de Paulo Sérgio, Heleno e Ramagem. Alegou não ter encontrado atos concretos de Heleno e Ramagem após as eleições de 2022, aduzindo que Heleno sequer participou das reuniões com o ministro da Defesa e os comandantes militares em que se discutiu o golpe. Quanto a Paulo Sérgio, afirmou existir evidências de que tentou dissuadir Bolsonaro, mas apenas porque os demais comandantes não apoiaram o golpe. “Os níveis de culpabilidade são diferentes, e isso precisa ser registrado”, complementou.
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Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.