Em maio deste ano, o presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos necessitavam de “muito” da Groenlândia, reiterando sua ameaça de anexar o território dinamarquês.
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O termo “terras raras” é um pouco impreciso, visto que os materiais estão presentes em todo o planeta. São mais numerosos que o ouro, porém sua extração e processamento são complexos e dispendiosos, além de gerarem impactos ambientais negativos.
Os metais de terras raras estão presentes em diversas tecnologias que utilizamos, como smartphones, turbinas eólicas, luzes LED e televisores de tela plana. São também essenciais para baterias de veículos elétricos, aparelhos de ressonância magnética e tratamentos contra o câncer.
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Os minerais terras-raras são cruciais para as forças armadas dos EUA, sendo empregados em caças F-35, submarinos, lasers, satélites, mísseis Tomahawk e outros equipamentos.
A Agência Internacional de Energia comunicou que 61% da produção minerada de terras raras provém da China, e o país detém 92% da produção global na fase de processamento.
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Há dois tipos de terras raras, classificadas por seus pesos atômicos: pesadas e leves. As terras raras pesadas são mais raras, e os Estados Unidos não possuem capacidade para a difícil tarefa de separar terras raras após a extração.
“Mesmo no início do ano, qualquer das terras raras pesadas que extraíamos na Califórnia ainda envíamos para a China para a separação”, declarou Gracelin Baskaran, diretora do Programa de Segurança de Minerais Críticos do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, à CNN.
Contudo, o anúncio da administração Trump sobre tarifas elevadas na China em abril interrompeu esse processo. “A China demonstrou disposição para usar como arma” a dependência americana da China em relação à separação de terras raras, afirmou ela.
Pequim continuou a exercer seus controles de exportação sobre sete minerais de terras raras e produtos relacionados, em retaliação às tarifas recíprocas impostas por Trump sobre produtos chineses, anunciadas em abril.
Após concordar com a trégua em Genebra, as autoridades americanas esperavam que a China reduzisse as restrições de exportação desses minerais.
Os controles de exportação podem ter um impacto significativo, visto que os EUA dependem fortemente da China para terras raras. Entre 2020 e 2023, 70% das importações americanas de compostos e metais de terras raras originaram-se desse país.
Além da China, as terras raras também são parte dos objetivos da política externa dos Estados Unidos com a Ucrânia, Groenlândia e Arábia Saudita.
Baskaran afirmou: “A Ucrânia possui uma indústria de mineração muito jovem, e mesmo que estivesse envolvida, não dispomos de um mapeamento do que é economicamente viável”.
Fonte por: CNN Brasil