Um estudo brasileiro revelou o aumento das buscas por “vape” e “rouquidão” na internet, entre 2014 e 2024. A pesquisa infodemiológica analisou dados do Google Trends e identificou correlação no aumento das pesquisas com esses termos, o que indica uma crescente preocupação da população com os possíveis efeitos dos cigarros eletrônicos na saúde.

O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi publicado na revista internacional Audiology – Communication Research nesta semana.

As investigações revelaram que o interesse pelo termo vape no Brasil exibiu um crescimento “estatisticamente muito forte”. O pico mais notável nas buscas ocorreu em dezembro de 2021. O incremento no volume de pesquisas coincidiu com o período de debates acirrados sobre danos pulmonares associados ao vaping e alertas de órgãos de saúde pública.

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Apesar de proibidos no Brasil, os cigarros eletrônicos são utilizados por aproximadamente 4 milhões de pessoas. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2023, 2,6% das pessoas com mais de 18 anos eram usuárias de vape. O incremento em relação a 2023 foi de 24%. Adicionalmente, o ano passado registrou o aumento inicial na incidência do vício entre adultos desde 2007 em âmbito nacional.

O estudo sobre as buscas na internet também aponta para a ampliação do interesse pelo termo rouquidão. O volume mais expressivo foi registrado em junho de 2022. Embora a ampliação seja menor e mais variável do que a observada na palavra vape, a correlação foi considerada significativa. As análises mostram que as buscas cresceram em períodos semelhantes.

A ocorrência conjunta dessas buscas indica preocupações com o efeito do uso do vape na voz e no sistema respiratório. Indivíduos que utilizam cigarros eletrônicos podem apresentar um risco aumentado de desenvolver alterações da laringe e da voz, além de estarem sujeitos a lesões respiratórias graves.

O estudo destaca que o aumento do interesse pelo vaping demanda aprimoramento das campanhas educativas e de conscientização, sobretudo para a população mais jovem, incluindo adolescentes. Adicionalmente, os autores enfatizam a necessidade de intensificar a fiscalização para limitar o acesso aos dispositivos e implementar medidas regulatórias que reduzam os riscos à saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos.

Fonte por: Brasil de Fato