Vários estados foram afetados por tempestades severas na última semana.
Inundações repentinas atraíram atenção no início deste mês nos Estados Unidos, com recordes sendo quebrados quase consecutivamente em diversas regiões do país, como no Texas, Carolina do Norte, Illinois e Novo México.
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Tempestades no Texas, em 4 de julho, causaram chuvas acima do esperado durante o verão, resultando em inundações e a morte de mais de 130 indivíduos.
No mesmo fim de semana, a tempestade tropical Chantal provocou a queda de quase 30 centímetros de chuva em algumas áreas do centro da Carolina do Norte.
Adicionalmente, o nível do rio Eno elevou-se aproximadamente 8 metros, quebrando um recorde previamente registrado pelo furacão Fran em 1996. A inundação resultou na morte de pelo menos seis indivíduos.
Em Chicago, na terça-feira (15), a precipitação atingiu níveis equivalentes a um evento de ocorrência a cada mil anos, ao mesmo tempo que, na cidade montanhosa de Ruidoso, no Novo México, tempestades provocaram inundações sem precedentes que destruíram residências e resultaram em três mortes.
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Toda essa série de ocorrências se mostrou extrema e sequencial. Observe como isso está acontecendo atualmente e por que as enchentes estão se agravando.
<h2 Mencionado: Verão e a temporada de enchentes repentinas nos EUA
As inundações repentinas são mais frequentes no verão nos Estados Unidos, devido ao calor intenso durante o dia que favorece a formação de tempestades.
O ar quente consegue reter mais umidade, o que aumenta o potencial de ocorrência de chuvas fortes em relação a temperaturas mais amenas.
As tempestades no Texas foram intensificadas por altos níveis de umidade provenientes da persistência da tempestade tropical Barry.
Na Carolina do Norte, a umidade proveniente da tempestade Chantal exerceu um efeito análogo, promovendo as chuvas fortes que resultaram em inundações com vítimas fatais.
Com o fim das tempestades, a chuva pode se acumular em uma mesma região por várias horas, escoando mais rapidamente do que o solo ou a infraestrutura conseguem absorver ou drenar, o que prepara o cenário para uma inundação súbita.
Uma forte tempestade na região montanhosa do Texas causou a queda de mais de 18 centímetros de chuva, enquanto em Chicago, a precipitação atingiu 1,2 centímetro em 90 minutos, resultando em inundações rápidas em algumas ruas e residências.
Em áreas urbanas, o pavimento e o asfalto podem agravar os problemas, dificultando a infiltração da água no solo e direcionando-a para bueiros, que podem transbordar ou ficar entupidos por acúmulo de lixo.
Incêndios florestais também elevam o risco de inundações repentinas, como ocorreu em Ruidoso com os incêndios de South Fork e Salt.
Quando a vegetação queima, as paisagens perdem sua capacidade natural de absorver a água da chuva. Além disso, o calor extremo de um incêndio pode alterar o solo, criando uma camada repelente à água logo abaixo da superfície.
A precipitação nessas áreas “marcando-se pelo fogo” tende a escoar rapidamente, sobretudo em áreas inclinadas, elevando o risco de inundações súbitas, mesmo com a ocorrência de chuvas não intensas.
A vila de Ruidoso, no estado do Novo México, e áreas próximas já receberam pelo menos 12 alertas de emergência de inundações repentinas desde os incêndios de 2024.
A falta de chuvas provoca efeitos análogos: com a exposição prolongada à seca, o solo tende a compactar ou desenvolver camadas superficiais endurecidas, diminuindo sua habilidade de absorver água.
A ocorrência de secas intensas ou extremas contribuiu para agravar as inundações no Texas e no Novo México na semana anterior.
<h2 Mencionado: As alterações climáticas agravam a situação.
A degradação do clima, provocada pela emissão de poluentes provenientes de combustíveis fósseis, está aumentando as condições que tornam as enchentes repentinas mais frequentes e intensas.
A cada aumento de grau Celsius na temperatura, a atmosfera consegue reter aproximadamente 7% a mais de vapor d’água, o que intensifica o “combustível” para tempestades geradoras de chuvas fortes.
À medida que as temperaturas globais sobem, o ar úmido – antes restrito aos trópicos – pode atingir áreas mais distantes da linha do Equador, provocando chuvas intensas de caráter tropical em diversas regiões do mundo.
O aumento da temperatura global tem provocado um aumento na frequência e gravidade de incêndios florestais, resultando em mais áreas queimadas e maior vulnerabilidade a inundações em regiões suscetíveis a incêndios.
O estudo do grupo de pesquisa sem fins lucrativos Climate Central revelou que as chuvas intensas aumentaram em quase 90% das grandes cidades dos EUA desde 1970.
Em Chicago, a intensidade média subiu 8%, e as chuvas de terça-feira ultrapassaram os registros da década de 1970 para eventos extremos de chuva de curta duração na cidade.
Diversas rodovias, redes de esgoto e sistemas de drenagem nos Estados Unidos não foram projetados para lidar com as chuvas que estão se tornando mais frequentes.
Inundações repentinas representam sempre uma ameaça durante o verão americano, porém os riscos estão se modificando.
À medida que a atmosfera se aquece e os padrões de precipitação se transformam, mais comunidades podem enfrentar eventos de chuvas extremas nos próximos anos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.