Quais os motivos da interrupção dos serviços de entrega postal na Europa para os EUA

Empresas apontam “incertezas” em relação ao impacto de tarifas impostas por Donald Trump em relação a pequenos pedidos provenientes do exterior. Países …

25/08/2025 14:38

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Após o governo de Donald Trump nos Estados Unidos anunciar o fim da isenção tarifária para pequenas encomendas do exterior, várias empresas europeias de serviços postais suspenderam suas entregas no país, justificando a decisão com ”incertezas” sobre o impacto da medida e a necessidade de tempo para se preparar.

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A interrupção iniciou-se no fim de semana, com Alemanha, Itália, Bélgica, Suécia e Dinamarca suspendendo a maior parte de seus envios. Na segunda-feira 25, a francesa La Poste e a espanhola Correos também se juntaram ao grupo.

As empresas do Reino Unido e da Áustria deverão interromper suas entregas na terça-feira, para que as operações sejam finalizadas antes da implementação da medida, em 29 de agosto.

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A interrupção também se estendeu a Índia, Tailândia, Coreia do Sul, Singapura, Nova Zelândia e Austrália.

O decreto de Trump estabelecia.

A determinação de Trump elimina a isenção de impostos para remessas internacionais com valor até 800 dólares (4,3 mil reais) – medida que beneficiou no passado várias empresas europeias de pequeno porte –, e exige que transportadoras ou “partes qualificadas” arrecadem e repassem esses tributos alfandegários ao governo dos Estados Unidos.

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Em 2023, 1,36 bilhão de pacotes avaliados em 64,6 bilhões de dólares (349 bilhões de reais) foram enviados com isenção tarifária, conforme dados da alfândega americana, sendo a maioria provenientes da China.

As remessas desta categoria provenientes da Europa incorrerão em alíquota de 15%, igual àquela aplicada na maioria das importações da União Europeia. Embalagens enviadas de outras regiões poderão estar sujeitas a taxas mais altas.

A isenção estava em vigor desde o governo Barack Obama (2009-2017), e seu encerramento foi defendido por Trump como parte de uma ação de combate às drogas ilícitas.

De acordo com o jornal bpost, na prática as novas regras estabelecem que os remetentes devem assumir os custos das tarifas antes de enviar para os Estados Unidos.

Envios inferiores a 100 dólares seguem isentos.

Cartas, documentos e presentes com valor inferior a 100 dólares estão isentos da cobrança, e as empresas europeias de serviço postal afirmam que manterão esses transportes, desde que enviados por pessoas físicas e sem fins comerciais, mas alertam que esses pacotes estarão sujeitos a fiscalização extra “ainda mais rigorosa”.

A DHL, seguindo o receio de outras empresas, maior companhia europeia de logística e proprietária da Deutsche Post (equivalente aos Correios), declarou não ter clareza sobre “quem deverá pagar as tarifas e como”.

A PostNL holandesa acusou o governo Trump de impor novas tarifas sem que existisse um mecanismo para a arrecadação desses impostos.

A PostEurop, que representa 51 operadoras públicas de correio na Europa, declarou que, caso não haja uma solução prática para o problema antes de 29 de agosto, é provável que todas suspendam a maioria de seus envios aos EUA.

(AFP, ots)

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.