Putin afirma que os EUA utilizam a guerra na Ucrânia para justificar tarifas contra o Brasil
O presidente russo rejeitou alegações de desequilíbrio econômico, atribuindo a situação a “questões internas” relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que os Estados Unidos utilizam a guerra na Ucrânia como justificativa para impor tarifas ao Brasil, e que existem “problemas internos” entre as autoridades atuais e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Putin afirmou que não existe desequilíbrio econômico entre o Brasil e os Estados Unidos.
Observou o presidente russo em uma coletiva de imprensa em Pequim que não há desproporção nas relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos.
Leia também:

A Rússia considera inaceitável o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia

Venezuela acusa EUA de ter utilizado inteligência artificial em vídeo de ataque a embarcação

Hamas reafirma o interesse em um acordo abrangente na Faixa de Gaza
O líder do Kremlin continuou acusando o governo americano de utilizar a guerra na Ucrânia como pretexto para resolver questões de natureza econômica em relação a países cujas ligações desagradam a alguém, referindo-se às ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar países compradores de petróleo russo.
A invasão russa do território ucraniano não é mencionada no decreto assinado por Trump que determinou alíquotas de 50% ao Brasil. A carta publicada pelo presidente americano, endereçada a Lula, também não cita o conflito, tampoco o comunicado explicativo emitido pela Casa Branca.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Contudo, o Brasil se destaca como um dos maiores importadores de petróleo e fertilizantes da Rússia, o que o coloca sob a atenção do governo Trump. As importações de diesel russo para o país, por exemplo, expandiram em mais de 300 vezes desde o início da guerra: as compras subiram de US$ 16,9 milhões em 2021 para atingir US$ 5,3 bilhões em 2024, conforme dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
O analista de Internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, constatou que os EUA podem implementar sanções comerciais contra a importação de óleo diesel russo pelo Brasil ainda na próxima semana. A ação não seria inédita: tarifas foram aumentadas para a Índia, de 25% para 50%, em resposta à parceria comercial entre Nova Délhi e Moscou.
Putin acredita que a justificativa é apenas um pretexto para as ações americanas e aponta problemas internos do Brasil como motivação.
Existem problemas internos ali, em configurações políticas, incluindo os relacionamentos entre as autoridades atuais e o ex-presidente Bolsonaro. O que a Ucrânia tem a ver com isso? Nada.
A carta de Trump detalha o processo judicial contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e alega que o Brasil teria atacado eleições livres e a liberdade de expressão de cidadãos americanos.
O julgamento também é citado nas justificativas do secretário do Tesouro, Scott Bessent, para aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou o secretário americano.
As declarações de Putin foram proferidas em uma coletiva de imprensa em Pequim, onde o líder russo participou do desfile militar da China em celebração aos 80 anos da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.
A reunião incluiu a presença de competidores de longa data dos Estados Unidos. Além de Putin, o presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian. O Brasil foi representado no evento pelo assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim. A ex-presidente Dilma Rousseff também estava presente.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.