Protestos no Irã marcam descontentamento popular contra o aumento do custo de vida. Estudantes e comerciantes se unem em marchas por mudanças urgentes!
O Irã vivenciou protestos em resposta ao aumento do custo de vida no país. As manifestações, que começaram a se intensificar nesta terça-feira (30), se estenderam a universidades, com a participação de estudantes, lojistas e comerciantes, conforme relatado pela mídia semioficial.
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A moeda nacional, o rial, perdeu quase 50% de seu valor em relação ao dólar em 2025, enquanto a inflação alcançou 42,5% em dezembro. O presidente Masoud Pezeshkian, em uma publicação na noite de segunda-feira (29), mencionou que solicitou ao ministro do Interior que ouvisse as “demandas legítimas” dos manifestantes.
A porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, anunciou que um mecanismo de diálogo seria criado, incluindo conversas com os líderes dos protestos. “Reconhecemos oficialmente os protestos… ouvimos suas vozes e sabemos que isso se origina da pressão natural sobre os meios de subsistência das pessoas”, declarou Mohajerani nesta terça-feira (30), em pronunciamento à mídia estatal.
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No entanto, o governo não detalhou como será o formato desse diálogo. Esses protestos são os primeiros grandes atos de descontentamento desde os ataques israelenses e americanos ao Irã em junho, que geraram demonstrações de solidariedade patriótica.
Pezeshkian, em reunião com sindicatos e ativistas, afirmou que o governo se empenhará para atender às reivindicações e preocupações dos cidadãos.
Vídeos dos protestos mostraram dezenas de pessoas marchando pelas ruas de Teerã, entoando cânticos como “Descanse em paz, Reza Shah”, referência ao fundador da dinastia deposta na Revolução Islâmica de 1979. A agência Reuters confirmou a ocorrência dos protestos em Teerã.
Imagens veiculadas pela televisão estatal iraniana mostraram pessoas reunidas no centro da capital, enquanto a agência semioficial Fars reportou que centenas de estudantes protestaram em quatro universidades de Teerã. Nas redes sociais, alguns iranianos expressaram apoio aos manifestantes, com Soroosh Dadkhah afirmando que os altos preços e a corrupção levaram a população “à beira de uma explosão”.
Outro, Masoud Ghasemi, alertou sobre a possibilidade de os protestos se espalharem pelo país.
As autoridades iranianas já reprimiram anteriormente agitações sociais com ações violentas e prisões em massa, abordando questões que vão desde a economia até direitos das mulheres e liberdades políticas.
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Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.