A Abmes publicou estudo indicando que 34% dos jovens postergaram o início da faculdade devido ao jogo do bicho; presidente é proprietário da BateuBet.
A Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior), que divulgou na quarta-feira (9.jul.2025) pesquisa indicando que 34% dos jovens brasileiros adiaram o ingresso na faculdade por gastos com apostas, é presidida por José Janguiê Bezerra Diniz, proprietário da casa de apostas BateuBet. As informações são do site BNL Data.
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A BateuBet pertence à EA Entretenimento e Esportes Ltda., onde Diniz participa como administrador por meio da Epitychia Investimentos e Participações, sua holding pessoal. O filho dele, Thales Janguiê Silva Diniz, também integra a administração da casa de apostas por meio da Evimeria Investimentos e Participações.
O Poder360 procurou a Abmes para confirmar o vínculo, mas não recebeu resposta até o momento da publicação deste post. O espaço permanece aberto a manifestações.
O site da Uninassau, Centro Universitário Maurício de Nassau, apresenta uma biografia que revela que Diniz, com 60 anos, é o fundador do Grupo Ser Educacional, um dos maiores grupos de ensino superior privado do Brasil, com mais de 150 mil alunos. A empresa opera faculdades nos estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Antes de trabalhar na área educacional, exerceu a função de juiz do trabalho e procurador do Ministério Público da União. Graduado em Direito pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), iniciou suas atividades nesse setor em 2003 com a fundação da Faculdade Maurício de Nassau.
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A pesquisa, conduzida em colaboração com a Educa Insights, consultou 11.762 indivíduos na faixa etária de 18 a 35 anos, entre 20 e 24 de março. Os resultados indicaram que a influência das apostas na decisão de postergar o ensino superior apresenta variações significativas entre as regiões do país. No Nordeste, 44% dos entrevistados relataram não ter começado o curso de graduação devido aos gastos com jogos de apostas. No Sudeste, essa porcentagem atingiu 41%, ambos superiores à média nacional.
A frequência de apostas exibe variações regionais. No Sudeste, 41% dos jovens relataram apostar de uma a três vezes por semana. No Nordeste, esse padrão foi informado por 40% dos entrevistados, enquanto no Centro-Oeste o percentual ficou em 32%.
O estudo da Abmes observou ainda uma redução no percentual de indivíduos que interromperam investimentos em cursos, idiomas ou outras formas de aprendizado devido ao comprometimento de seus recursos com jogos de azar. Em setembro de 2024, esse indicador atingia 23,9%, diminuindo para 20,9% em abril de 2025, após quatro meses de mercado regulamentado.
O estudo investigou todo o território brasileiro, com foco nas diversas regiões, buscando identificar variações geográficas no comportamento dos jovens em relação às apostas e ao ensino superior.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.