Proposta de emenda que adia o pagamento de precatórios é resultado de “patrocínio” dos municípios, afirma Haddad

O ministro expressou “preocupação” com os gastos vinculados à União e afirmou não ter pretendido deixar a questão sem “equacionar” a parte federal.

15/07/2025 21:21

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O vice-presidente Geraldo Alckmin, min. Rui Costa (Casa Civil), Min. Fernando Haddad (Fazenda) e min. Simone Tebet (Planejamento)  após reunião com representantes do setor da industria, Ricardo Alban (CNI) e Josué Gomes da Silva (FIESP), nesta terça-feira (15) para discutir a resposta brasileira ao aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no ministério do do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. | Sérgio Lima/Poder360 - 15.jul.2025
O vice-presidente Geraldo Alckmin, min. Rui Costa (Casa Civil), ...

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na terça-feira (15.jul.2025) que ainda não leu a versão final da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 66 de 2023. Na prática, a medida adiota o pagamento de precatórios – dívidas do Executivo em que não cabe mais recurso – de Estados e municípios, além de retirar de forma gradual as despesas da meta fiscal do governo nos próximos anos.

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Haddad declarou em entrevistas com a imprensa que a PEC “é um patrocínio dos municípios” e mencionou a CNM (Confederação Nacional de Municípios) como responsável pela apresentação da proposta, aduzindo que “resolveram equacionar a questão dos precatórios federais também”.

O ministro também manifestou preocupação com a situação envolvendo os precatórios. Em dezembro de 2023, o STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regularize o estoque de precatórios até 2026. A partir de 2027, expira a regra, que concede uma margem de flexibilidade para as contas da União.

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O relator da PEC da Câmara, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), incluiu nesta terça-feira (15.jul) um trecho que exclui os gastos com precatórios do objetivo fiscal de 2026. A partir de 2027, a União começará a incluir gradualmente, em pelo menos 10% ao ano, as despesas na meta de resultado primário estabelecida pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Estão buscando uma maneira para que o próximo governo não tenha que lidar com os problemas que o nosso governo enfrentou devido ao governo Bolsonaro.

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Em dezembro de 2021, o Congresso aprovou a chamada PEC dos Precatórios. Na prática, alterou a maneira de corrigir o teto de gastos e estabeleceu um limite anual para o pagamento de precatórios, permitindo uma flexibilização fiscal.

O ministro afirmou que o governo procurava uma solução para os gastos que seriam implementados a partir de 2027 na meta fiscal. “Não queríamos sair sem resolver essa questão neste ano, justamente para garantir tranquilidade ao país de que existe uma regra para os credores e uma regra fiscal clara sobre o tema”, declarou.

O ministro também afirmou não ter conhecimento de qualquer estimativa de espaço fiscal proveniente da PEC. “Não conheço o cálculo e não conheço o texto. Então, eu não vou me ater a uma hipótese”, declarou.

Aprovado

Na terça-feira (15.jul), a comissão especial que analisava a Proposta de Emenda à Lei nº 66/2023 aprovou a proposta. O texto foi encaminhado para votação no plenário da Câmara.

A proposta define um limite para o pagamento de precatórios – dívidas do Executivo contra as quais não se admite mais recurso.

O projeto estabelece um novo período para o parcelamento diferenciado de dívidas dos entes municipais com o RGPS (Regime Geral da Previdência Social) e seus regimes próprios de Previdência.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.