Projeto Riskclima da UFF mapeia vulnerabilidades climáticas e propõe soluções para o Brasil
O projeto Riskclima da UFF mapeia vulnerabilidades climáticas no Brasil, propondo soluções para mitigar impactos e melhorar a saúde pública até 2026.
Projeto Riskclima da UFF Identifica Vulnerabilidades Climáticas no Brasil
Com o auxílio de ferramentas tecnológicas, o projeto Riskclima da UFF (Universidade Federal Fluminense) mapeia as áreas do Brasil mais suscetíveis a extremos climáticos e os problemas sociais decorrentes. Algumas soluções são simples, como lembrar a população da importância da hidratação, que pode salvar vidas.
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Em regiões com ondas de calor intensas, a desidratação é um fator crítico, especialmente entre os idosos.
Financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o Riskclima foi iniciado em 2022 e está previsto para durar até 2026. Os pesquisadores analisam as mudanças climáticas das últimas seis décadas e realizam projeções futuras.
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Segundo Márcio Cataldi, coordenador do projeto e professor do Laboratório de Monitoramento e Modelagem do Sistema Climático (Lammoc) da UFF, a meta é elaborar um relatório executivo que contribua para a formulação de políticas públicas.
Funcionamento do Projeto
Os pesquisadores do Riskclima investigam os fenômenos climáticos extremos mais frequentes e intensos, avaliando os riscos associados a cada região do país. A partir dessa análise, são levantadas ações para mitigar os impactos climáticos. A inteligência artificial é uma das ferramentas utilizadas para adaptar os modelos climáticos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) à realidade brasileira.
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A IA ajuda a selecionar os modelos de previsão climática mais eficazes, ajustando simulações com base em dados reais. Por exemplo, se um modelo subestima a precipitação, a IA aprende com isso e aplica o conhecimento em futuras previsões.
Resultados Observados
Na Região Norte, onde ocorrerá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, a pesquisa identificou um aumento nas ondas de calor. Cataldi explica que, ao aplicar um índice de ondas de calor desenvolvido para a Europa, descobriram que a Região Norte teve o maior aumento nos últimos dez anos, o que foi surpreendente e preocupante, dada a baixa capacidade de adaptação da região.
O professor ressalta a importância de discutir as necessidades das populações tradicionais da região, que preferem soluções menos invasivas. É fundamental trabalhar a educação ambiental para que essas comunidades compreendam as mudanças climáticas e suas implicações.
Desafios no Sul e Centro-Oeste
No Sul do Brasil, as chuvas são a principal preocupação, com o projeto analisando o aumento dos bloqueios atmosféricos que impedem a passagem de frentes frias. Cataldi destaca que, em Porto Alegre, a falta de manutenção das comportas agravou inundações em áreas propensas a alagamentos.
Além disso, a seca é um problema crescente, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste, onde a escassez de chuvas tem sido constante. O uso de sensores de satélite da NASA ajudou a evidenciar essa tendência. Cataldi enfatiza a necessidade de priorizar a gestão da água, considerando as especificidades de cada setor, como agricultura e abastecimento.
Impactos na Saúde Pública
Os fenômenos climáticos também afetam a saúde pública, com os bloqueios atmosféricos na Região Sudeste impactando a qualidade do ar. A pesquisa investiga como esses bloqueios retêm poluentes, resultando em piora na saúde respiratória da população.
Além disso, a desidratação durante ondas de calor pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares. Cataldi alerta para a importância da hidratação, especialmente entre os idosos, e destaca que cuidadores devem estar cientes dessa necessidade.
Próximos Passos do Projeto
Antes do término do projeto em 2026, um relatório executivo será apresentado às autoridades brasileiras, com propostas para a implementação de políticas públicas que abordem os problemas climáticos identificados. Cataldi enfatiza a urgência de ações imediatas, pois os riscos climáticos já estão se manifestando.
O objetivo é adaptar as soluções propostas para que comecem a ter efeito positivo na mitigação dos problemas climáticos. Mesmo que as emissões de gases de efeito estufa cessem hoje, o clima levaria décadas para se estabilizar, tornando essencial a priorização de ações de mitigação.
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.












