Professor afirma que Brasil enfrenta uma crise séria e sem precedentes em decorrência do impasse do IOF
O cientista político Marco Aurélio Nogueira, da Unesp, analisa a situação institucional do país e destaca uma “disputa desmedida de poder” entre os Três…

O Brasil vivencia uma crise política sem precedentes, caracterizada por tensões entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em relação a um impasse envolvendo um decreto que elevou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Esta é a avaliação do cientista político Marco Aurélio Nogueira, professor titular de Teoria Política da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Temos uma crise séria e, de certo modo, uma crise inédita, que questiona a relação entre os poderes e também põe em xeque o Executivo, de maneira mais específica”, declarou Nogueira em entrevista à CNN nesta segunda-feira (7), durante participação no jornal WW.
Diante desse cenário instável, o STF (Supremo Tribunal Federal) busca mediar um conflito entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, após o ministro Alexandre de Moraes determinar a suspensão das ações do governo federal e do Congresso sobre o IOF e convocar uma audiência de conciliação entre os Poderes para discutir o assunto. “Uma conciliação que me parece cada vez mais distante”, ressalta Nogueira.
Leia também:

Tesla desabava US$ 21,43 por ação após declarações de Musk sobre o “America Party”

Denúncia de compra de votos envolve eleição do PT

Galípolo promoveu almoço com parlamentares em meio a críticas à taxa Selic elevada
O docente da Unesp ressalta que a ausência de diálogo e a inflexibilidade das partes envolvidas colocam em risco não somente a estabilidade institucional, mas também a habilidade do país de lidar com seus problemas mais prementes. Assim, a solução para essa crise requer um esforço conjunto de todos os segmentos da sociedade e da política brasileira para restabelecer conexões e encontrar um caminho de entendimento mútuo.
O cientista político ainda ressalta um fenômeno que ele considera preocupante: o fortalecimento artificial do STF. Nogueira explica que este reforço do Judiciário advém da inatividade ou do desrespeito do Congresso e do poder Executivo. Contudo, ele adverte que o Supremo não deve ser visto como o poder que governa, nem como o responsável por construir consensos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Paralisação democrática e ausência de diálogo.
Nogueira também aponta para uma aparente incapacidade das partes em conflito de avançarem em direção a um consenso estratégico que priorize os interesses maiores do país.
O cientista político afirma que estamos assistindo a uma disputa insana de poder, na qual ninguém abre mão de suas posições e ninguém qualifica suas posições.
Ademais, Nogueira destaca o que ele denomina uma “paralisia dos democratas”, tanto de esquerda quanto de centro. Ele afirma que esses atores políticos se acomodam em suas posições e não clareiam para a sociedade suas opiniões sobre a relação entre os poderes e a situação geral do país.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.