Produtores rurais e compradores internacionais se encontram em rodadas de negócios na Expointer

Encontros em Esteio reúne 30 empresas de pequeno porte do Rio Grande do Sul e 12 importadores de sete países.

03/09/2025 15:48

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Produtores rurais e compradores internacionais se encontram em rodadas de negócios na Expointer
(Imagem de reprodução da internet).

Trinta pequenas empresas de 25 municípios gaúchos participam nesta quarta (3) e quinta-feira (4) de rodadas de negócios internacionais durante a 48ª Expointer, em Esteio (RS). A iniciativa é organizada pelo Sebrae em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a ApexBrasil, no âmbito do programa agroBR.

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As reuniões confluem 12 compradores de Canadá, Japão, Singapura, Paraguai, Argentina, Holanda e Taiwan. As empresas escolhidas operam com frutas, noz pecã, mel e azeite de oliva. O propósito é fortalecer a presença desses negócios no comércio exterior.

agroBR

O agroBR disponibiliza consultorias especializadas para produtores rurais e empresas do setor de alimentos e bebidas que buscam exportar. Conforme Roberta Aviz, coordenadora de Negócios Internacionais do Sebrae Nacional, a inclusão do Sebrae no programa expandiu o escopo da iniciativa. “A participação do Sebrae possibilitou que a CNA aumentasse o atendimento aos produtores”, declarou.

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Exportações

A Apiários Adams, fundada em 1984, exporta, em média, dois contêineres de mel por semana. Os Estados Unidos já representavam a metade da produção da empresa, porém, a imposição de tarifas gerou mudanças.

A tarifação me pegou, mas hoje um cliente aceitou pagar a tarifa. Isso demonstra que ainda há demanda. Além disso, estamos em negociação com Inglaterra e Canadá, disse o produtor Marcelo Giffhorn. Ele recorda que a empresa contou com apoio do Sebrae desde 1995, quando foi a primeira brasileira a participar da Apimondia, feira internacional de apicultura.

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A Zanette, nova no mercado, alcança 2.500 toneladas de caqui, 1.800 toneladas de pêssego e 1.200 toneladas de ameixa a cada colheita. A empresa opera em vários estados brasileiros e já exporta para Bolívia, Argentina e Holanda.

Kelin Zanette, sócia da empresa, explica que o aumento das tarifas nos Estados Unidos afeta de maneira indireta. “Utilizamos caixas de madeira para embalagens, que são sobras de exportações. Meu fornecedor já informou que não terá mais disponibilidade por causa da queda nas vendas externas”, afirmou.

Mercados emergentes.

Compradores internacionais também apontaram oportunidades. Felipe Aveiro, representante da canadense Ibex Comm, afirmou que a empresa surgiu para atender o “mercado da saudade”, com produtos voltados para brasileiros no Canadá. Atualmente, já opera em grandes redes de distribuição. “A variação tarifária nos EUA abriu espaço para empresas brasileiras competirem com preços mais competitivos no Canadá”, explicou.

Daquele país, Blanca Ameiro, gerente geral do mercado Abasto Norte, destacou o interesse em frutas, azeite de oliva e nozes originárias do Rio Grande do Sul. “Espero que possamos concluir negócios positivos”, declarou.

Consumidores.

A seleção dos importadores foi realizada pela consultora Beatriz Sandrim. Ela ressaltou que a escolha considera o perfil da produção regional e as barreiras tarifárias, sanitárias e culturais existentes. Os Estados Unidos eram prioridade inicial, porém a tarifação alterou os planos. “Os produtores passaram a buscar alternativas, e Canadá e Argentina se destacam como mercados mais procurados”, afirmou.

Exposição de produtos em local visível ao público.

A Expointer, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina. A edição de 2025 iniciou em 30 de agosto e se estende até 7 de setembro. Posteriormente, o agroBR promoverá novas rodadas de negócios durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, e na e-Agro, em Salvador, ambas em novembro.

Diversificação

Roberta Aviz ressalta que a diversificação de mercados é estratégica. “A tarifação reforçou a importância de não depender de um único destino. A exportação amplia a produtividade e a competitividade”, afirmou.

O Sebrae também apoia a internacionalização por meio de rodadas virtuais e missões em feiras internacionais. Atualmente, haverá participação de pequenos negócios em três eventos do agroBR: a Apimondia, na Dinamarca; a Fruit Attraction, em Madri; e a Expoalimentaria, no Peru. Cada feira contará com 15 empresas brasileiras selecionadas.

Roberta afirma que o potencial de crescimento das exportações é considerável. Ela declarou: “Apenas 11.400 pequenos negócios já exportaram. O Brasil pode multiplicar por dez esse número”.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.