Prisão, poder e reconhecimento: revisite os escândalos envolvendo José Maria Marin na CBF

Antigo líder faleceu aos 93 anos, em São Paulo, no domingo (20).

20/07/2025 11:45

3 min de leitura

Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 12/03/2012. O novo presidente da Con...

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, faleceu no domingo (20), aos 93 anos.

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A Confederação Brasileira de Futebol expressou sua solidariedade com o falecido dirigente.

Com a saída de Ricardo Teixeira, que justificou a decisão por questões de saúde, Marin assumiu a presidência da CBF em 12 de março de 2012 e permaneceu no cargo até 2015.

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Marin liderou a instituição durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Desde o início, seu governo também foi marcado por algumas controvérsias.

As medalhas são concedidas em reconhecimento a serviços relevantes, atos heroicos ou realizações notáveis.

Em janeiro de 2012, dois meses antes de assumir a presidência da CBF, José Maria Marin foi flagrado com uma medalha destinada aos jogadores do Corinthians, campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

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Originalmente, a Federação Paulista de Futebol (FPF) alegou que o prêmio era uma cortesia já planejada para o dirigente. Contudo, após o evento, o goleiro Matheus relatou não ter recebido a homenagem. A situação foi solucionada alguns dias depois, com a entrega de uma nova medalha ao atleta.

Marin, então, justificou-se. “A medalha foi um presente da Federação. Não era para ter essa repercussão. Isso virou uma piada. Se eu colocasse no pescoço, iam dizer que eu não joguei a final e nem era dirigente de Corinthians ou Fluminense”, disse.

Espaço na sede da Confederação Brasileira de Futebol.

A sede atual da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), situada na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi inaugurada em 2014, durante o mandato de Marin.

Naquela época, o gestor optou por denominar o edifício com seu próprio nome, que antes era exibido em evidência na fachada principal.

A homenagem, contudo, não se manteve por muito tempo. Sob a presidência de Marco Polo Del Nero, sucessor de Marin, o nome foi apagado discretamente, em meio às investigações e prisões de dirigentes na Suíça.

Posteriormente, sob a gestão de Rogério Caboclo, a CBF removeu também a placa interna de inauguração que registrava a denominação original do edifício. A partir daí, a fachada passou a utilizar apenas a expressão “Casa do Futebol Brasileiro”, marca institucional que visa distanciar a entidade das controvérsias do período recente.

Condenação e prisão.

Em 2015, José Maria Marin foi preso na Suíça em operação conduzida pelo FBI, no âmbito das investigações de corrupção do escândalo da Fifa.

O ex-presidente da CBF foi extradiado para os Estados Unidos, onde foi julgado, condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro nas competições Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. Ele permaneceu detido nos EUA.

Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, Marin foi libertado precocemente e retornou ao Brasil. Em 2023, o ex-dirigente sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em São Paulo.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.