Primeiro-ministro português denuncia o plano do presidente americano de deslocamento de palestinos de Gaza

O presidente do Conselho Europeu declarou ao jornal “Folha de S.Paulo” que a medida desestabilizaria o Oriente Médio.

30/05/2025 14h13

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
6 November 2019; António Costa, Prime Minister, Portugal, at Google partner stall during day two of Web Summit 2019 at the Altice Arena in Lisbon, Portugal. Photo by Stephen McCarthy/Web Summit via Sportsfile

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou “completamente inaceitável” a proposta de Donald Trump de retirar palestinos da Faixa de Gaza.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada na quinta-feira (29.mai.2025), o ex-primeiro-ministro de Portugal declarou que tal ação desestabilizaria toda a região.

O presidente do Conselho Europeu declarou que as operações militares israelenses em Gaza excederam os limites da legítima defesa. “Já não encontram qualquer justificativa no contexto da ação militar contra o Hamas”, afirmou.

LEIA TAMBÉM:

A declaração do político representa uma alteração na postura europeia em relação ao conflito. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, afirmou que o bloco revisará acordos comerciais e de cooperação com Israel. O país respondeu que essa medida apenas serviria para “incentivar o Hamas”.

O presidente do Conselho Europeu esteve em São Paulo para participar do Fórum de Investimentos UE-Brasil na quinta-feira (29.mai). Na ocasião, ele também discutiu relações com o governo Lula, a guerra na Ucrânia e o acordo UE-Mercosul.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar das críticas às ações israelenses, Costa ressaltou que o desmantelamento do Hamas, grupo extremista palestino, continua sendo uma condição necessária para progredir com a solução de dois Estados. A União Europeia considera esse modelo o único caminho para uma paz duradoura na região.

O chefe da Europa declarou haver 99% de convergência entre a agenda internacional do Brasil e da União Europeia, evidenciando o alinhamento em temas globais. Ele destacou que a UE é o principal financiador da Autoridade Palestina e que diversos países do bloco já a reconheceram.

Quanto à defesa europeia contra a Rússia, Costa defendeu um sistema coletivo robusto. “Não é a maneira inteligente de proceder criarmos 27 grandes exércitos, mas sim um forte sistema de defesa coletiva apto a dissuadir a Rússia e garantir paz e segurança na Europa”, declarou.

Em relação à guerra na Ucrânia, Costa identificou a Rússia como agressor e a Ucrânia como vítima. Ele ressaltou a importância de o presidente Lula exercer pressão sobre Moscou: “O Brasil tem autoridade moral para dizer a Rússia: basta!”, declarou.

A aprovação interna do acordo UE-Mercosul deverá iniciar entre junho e julho, com previsão de conclusão durante a presidência brasileira do bloco sul-americano, que vai de julho a dezembro de 2025.

Quanto à COP30, que será realizada em Belém em novembro, Costa afirmou que a UE apoia o Brasil na organização do evento climático das Nações Unidas. “Somos grandes apoiadores do Brasil na organização da COP30, e trabalhamos para que seja um grande sucesso”, disse. O apoio ocorre mesmo em meio a discussões sobre exploração petrolífera na foz do Amazonas.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.