Primeiro-ministro da Hungria declara que a parada do orgulho LGBT é repugnante, segundo jornal
Viktor Orbán ainda acusou a União Europeia de direcionar políticos da oposição para organizar o evento.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, considerou a paralisação do orgulho LGBT de sábado (28) como “repulsiva e vergonhosa”, acusando a União Europeia de influenciar políticos da oposição a promover o evento, que se tornou um protesto contra o governo, informou a mídia local neste domingo (29).
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A manifestação em Budapeste tornou-se uma das maiores demonstrações de oposição a Orbán nos últimos anos, com aproximadamente 100 mil pessoas desafiando a proibição policial e as ameaças de multas para participar do evento.
Em um grupo online restrito para seus apoiadores, denominado Clube da Luta, Orbán afirmou que os políticos da oposição, orientados por “Bruxelas”, incentivaram seus eleitores a participar do evento em grande número, conforme reportado pela agência de notícias local Index.
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Ouvindo a declaração de Orbán aos seus apoiadores, conforme reportado pelo Index, ele enfatizou que “estamos ainda mais certos de que essas pessoas [políticos de oposição] não podem se aproximar do comando do governo. E nós não permitiremos”.
Não houve nenhuma comprovação para as alegações.
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A organização do evento foi realizada pela prefeitura de Budapeste, sob a liderança do prefeito Gergely Karacsony, e o governo de Orbán o acusa de ser uma “fantoche” de Bruxelas há anos.
A Reuters contatou os organizadores do evento e a prefeitura, porém, não obteve resposta até a última atualização da matéria.
A Comissão Europeia se recusou a comentar as declarações de Orbán.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o conteúdo da mensagem do primeiro-ministro mencionada pelo Index. Um porta-voz do governo não respondeu prontamente às perguntas da Reuters sobre a veracidade da reportagem.
O primeiro-ministro declarou aos seus apoiadores que considerou os acontecimentos na parada do orgulho como “repulsivos e vergonhosos”, apontando, em particular, um show de drag queen, homens usando saltos altos e panfletos sobre terapias hormonais.
A marcha do orgulho LGBTQIA+ foi proibida na Hungria devido a uma lei aprovada em março, justificando-se a proteção de crianças.
Seus opositores de Orbán consideram a proibição como parte de uma repressão mais ampla às liberdades democráticas antes das eleições nacionais do próximo ano, quando o primeiro-ministro, veterano que há 15 anos domina o cenário político da Hungria, enfrentará um forte concorrente.
Orbán afirmou, na sexta-feira, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, via a Hungria como um país subalterno e comparou uma comunicação dela ao receber ordens de Moscou durante a era comunista.
Von der Leyen solicitou às autoridades húngaras que autorizassem a realização da marcha do orgulho.
O governo Orbán, que adota uma agenda conservadora cristã, diminuiu progressivamente os direitos da comunidade LGBTQIA+ na última década. Seu governo justifica as restrições alegando que a proteção de crianças é prioritária sobre todos os demais direitos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.