O presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), afirmou nesta semana que o projeto de exploração petrolífera na Margem Equatorial, região da Bacia da Foz do Amazonas, “não é bom para o clima”. Em entrevista à emissora France 2, declarou ainda considerar que “há outros projetos alternativos que permitem criar empregos e gerar valor”.

A declaração ocorreu após a transmissão por vídeo do cacique Raoni, que fez um apelo por auxílio: “Ajude-me a impedir esse projeto. Eu disse isso a Lula e também queria dizer a você (…). Muitas pessoas vivem na costa e seriam afetadas”.

Macron declarou que abordará o assunto e tentará persuadir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da COP30, em Belém (PA). O chefe de Estado francês classificou a questão como “um diádelicado”.

O presidente francês declarou: “Quando se encontra com um chefe de Estado estrangeiro, especialmente de países do Norte para o Sul, nunca se deve transmitir a impressão de que está dando lições”.

Macron afirmou ainda que a França “adotou uma proibição para esses projetos” e acredita que “seria bom” se Lula “fizesse o mesmo”. “Mas não cabe a mim dar lições”, ressaltou, afirmando ter “muito respeito por esses países”.

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“Acredito ser fundamental promover um diáentre o Norte e o Sul global, para que possamos incentivá-los a abandonar esses projetos e encontrar outras formas de gerar crescimento, que são essenciais para o desenvolvimento deles”, afirmou Macron.

O assunto é delicado, principalmente em face das vésperas da COP30 – conferência da ONU sobre o clima que será realizada em Belém em novembro. A exploração de petróleo na região amazônica pode prejudicar a imagem ambiental do governo Lula no cenário internacional, e acentuar a divergência entre os que defendem o desenvolvimento econômico e os que priorizam a preservação ambiental.

Autorização emitida pelo IBAMA.

O Ibama autorizou, em 19 de maio, o plano da Petrobras para salvaguardar animais afetados por óleo em decorrência de vazamentos durante a exploração de petróleo no bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, área da Bacia da Foz do Amazonas.

A decisão, embora não represente uma permissão final para a perfuração exploratória, representa um avanço no processo de autorização ambiental e sinaliza que a avaliação da exploração de petróleo na costa norte do Brasil, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, está próxima.

Fonte por: Poder 360