Presidente dos EUA, Donald Trump, alertou na segunda-feira países do Brics sobre a possibilidade de aplicação de tarifas, o que provocou aumento das expectativas de juros
À tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 situava-se em 14,205%, em comparação com 14,176% da sessão anterior.

As taxas das DI (Depósitos Interfinanceiros) encerraram a segunda-feira (7) em alta, em uma sessão no geral bastante negativa para os ativos brasileiros após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas a países do Brics com políticas “antiamericanas”, além de estabelecer novas taxas a alguns parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul.
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As negociações sobre tarifas comerciais retornaram às mesas de discussão em nível global, em um momento próximo ao dia 9 de julho, data inicial definida pelo governo Trump para o assunto.
Na sessão anterior, a taxa DI para janeiro de 2027 era de 14,176%, enquanto, no final da tarde, atingiu 14,205%. A taxa para janeiro de 2028 registrou 13,395%, em comparação com 13,465% na sessão anterior.
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Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,39% para janeiro de 2031, em comparação com 13,301% na contração anterior, e uma taxa de 13,45% para janeiro de 2033, em relação a 13,359%.
Naquele dia 6, em uma declaração conjunta durante a abertura do Brics no Rio de Janeiro, o grupo advertiu que o “aumento indiscriminado de tarifas” representa uma ameaça ao comércio global. O Brasil é um dos membros fundadores do Brics.
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Trump alertou que irá punir os países que tentarem se unir ao grupo.
Qualquer país que se alinhe a políticas antiamericanas do BRICS terá de pagar uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a essa política.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as declarações de Trump, considerando irresponsável a postura do norte-americano de proferir ameaças por meio de redes sociais.
“Acredito que não deveria comentar, pois não é responsável e, de fato, um presidente de uma república, de um país do tamanho dos Estados Unidos, deve evitar ameaçar o mundo através da internet”, declarou Lula ao ser questionado sobre a declaração de Trump.
O mundo transformou-se, não desejamos um imperador. Somos países soberanos. Se ele acredita que pode tributar, os países também têm o direito de taxar. Há a lei da reciprocidade.
Antes do dia 9 de julho, Trump anunciou que aplicaria tarifas de 25% sobre importações de produtos do Japão e da Coreia do Sul a partir de 1º de agosto. Posteriormente, comunicou taxas que podem chegar a 40% para outros países.
As pressões em relação à questão tarifária impulsionaram o dólar frente a diversas moedas de países membros do BRICS, incluindo o real, o rand sul-africano, a rupia indiana, o peso mexicano e a rupia indonésia. Adicionalmente, os títulos do Tesouro americano apresentaram retornos estáveis, principalmente nos títulos de longo prazo.
Diante do dólar elevado e das taxas de juros em ascensão, a taxa Selic para janeiro de 2028 atingiu o pico de 13,5%, com aumento de 11 pontos-base em relação à decisão de sexta-feira. Paralelamente, o DI para janeiro de 2033 registrou o máximo de 13,45%, com alta de 9 pontos-base.
Jornalistas da Reuters relataram que a tensão internacional causada pela guerra comercial relegou as notícias internas, com o destaque dado ao boletim Focus, a um plano de fundo.
A mediana das projeções dos economistas para a inflação em 2025 caiu de 5,2% para 5,18%, mantendo-se em 4,5% para 2026. A expectativa no Focus é que a taxa básica Selic continue em 15% ao ano até o final deste ano e termine o próximo ano em 12,5%.
A trajetória da curva brasileira se aproximava do fechamento, indicando uma expectativa de manutenção da Selic em 15% na reunião final deste mês do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
Na sexta-feira, a atualização mais recente apontava para 89,56% de chances de manutenção da Selic, em relação a 6,9% de probabilidade de um novo aumento de 25 pontos-base neste mês.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.