Fabiano Silva dos Santos deixa o cargo após pressão política e desempenho negativo no primeiro trimestre; Poder360 apontou deterioração na empresa.
O diretor-presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, de 49 anos, renunciou à função nesta sexta-feira (4.jul.2025). A saída se deve à pressão política do União Brasil, que busca indicar um nome associado à sigla para a presidência da estatal.
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A divulgação de um prejuízo bilionário no primeiro trimestre de 2025 também precipitou o movimento.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto nesta tarde. Fabiano apresentou uma carta solicitando sua saída da empresa estatal após diálogo com assessores do presidente.
Sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a decisão ainda não foi formalmente e oficialmente aceita. Fabiano, que ocupava o cargo desde o início do governo, pediu demissão pouco antes do término do seu mandato, em agosto.
A mudança no comando da estatal já vinha sendo negociada nos bastidores, em decorrência da disputa por espaço entre o governo e a União Brasil – que comanda o Ministério das Comunicações, ao qual os Correios são vinculados. Fabiano perdeu o apoio de ministros importantes, como Rui Costa (Casa Civil), o que culminou em seu pedido de demissão.
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Além do desgaste político, Fabiano enfrentava críticas devido à deterioração nos resultados financeiros da empresa. O Poder360 revelou ao longo de 2024 e 2025 uma série de informações sobre a renúncia sem justificativas de receitas, o aumento das despesas operacionais e dívidas com fornecedores.
No último balanço trimestral, os Correios registraram prejuízo de R$ 1,7 bilhão. Em 2024, Fabiano apresentou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
Fabiano Silva dos Santos é advogado, ex-militante do PT e figura próxima ao ex-ministro José Dirceu (PT). É conhecido no meio político como “churrasqueiro do Lula”, tendo alcançado notoriedade por integrar o Grupo Prerrogativas, coletivo jurídico próximo ao petismo e crítico da operação Lava Jato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) designou para a presidência dos Correios, cargo que ocupou a partir de 2023. Sua administração se opôs à privatização da estatal, porém, levou a empresa a resultados negativos, ausência de transparência e elevação de despesas.
Com a saída do advogado, o governo deve analisar nomes técnicos e políticos para liderar a empresa. O União Brasil, por meio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), tem argumentado que o partido assuma a presidência dos Correios.
O Poder360 tem publicado desde novembro de 2024 reportagens acerca de questões na estatal, incluindo a perda de ações trabalhistas com prejuízo bilionário para a empresa e despesas milionárias com “vale-peru”.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.