O presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Ricardo Saadi, revelou nesta sexta-feira (22) que o órgão de fiscalização enfrenta desafios operacionais, incluindo escassez de pessoal e o emprego de sistemas de informática desatualizados.

As declarações ocorreram em evento promovido pela Faculdade de Direito da USP, que abordou “O papel do Coaf no combate ao Crime Organizado”.

Segundo Saadi, o Coaf processa aproximadamente 7,5 milhões de comunicações de operações suspeitas anualmente, contudo, dispõe de apenas nove funcionários para realizar a análise desses dados. Além disso, os servidores utilizados são antigos, datando de 1999.

Se não há pessoal, tem que haver o quê? Tecnologia! Sabe de quando que é o sistema do Coaf? 1999. É claro que houve algumas evoluções, mas o sistema é basicamente o mesmo desde 1999. Por isso que eu digo que o trabalho dos colegas que estavam no Coaf antes de eu chegar foi um trabalho fora do comum, porque sem estrutura e sem tecnologia, o Coaf já consegue ser um ator importante nas investigações.

Saadi declarou que, devido à sua obsolescência, o sistema não realiza a filtragem dos dados da maneira mais eficaz, o que demanda a verificação humana e retarda o envio de informações ao Ministério Público e à polícia.

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Há comunicações recebidas pelo Coaf a serem analisadas e, se necessário, encaminhadas à polícia e ao MP com mais de 3, 4, 5 anos de antiguidade que estão listadas.

O presidente do Coaf declara que está em negociações com “várias instituições” para conseguir servidores temporariamente e tentar zerar a demanda. A vice-diretora da Fadusp, Ana Elisa Bechara, colocou a universidade à disposição para auxiliar na reestruturação. Segundo Pierpaolo Bottini, advogado criminalista e professor da instituição, “a ideia é que a universidade possa identificar como funcionam os Coafs de outros países para apresentar para o Banco Central dados e informações para que ele robustezca o quadro”.

Ricardo Saadi é delegado da Polícia Federal e assumiu a presidência do Coaf em 1º de julho.

Fonte por: CNN Brasil