Presidente de Cuba repreende ministra que afirmara inexistência de “pessoas em situação de vulnerabilidade” no país
O aumento da pobreza no país se deve à crise econômica, que gerou apagões, falta de alimentos, medicamentos e combustíveis, em paralelo com o endurecime…

O presidente de Cuba comentou nesta terça-feira (15) as declarações de uma ministra segundo a qual na ilha não existem “mendigos”, e sim “pessoas disfarçadas de mendigos”, uma afirmação que gerou comoção no país. Perante uma comissão parlamentar, a ministra do Trabalho e da Previdência Social, Marta Elena Feitão, negou que as pessoas que reviram lixo estejam em busca de comida, e criticou os limpadores de para-brisas que trabalham nas ruas, por buscarem “a vida fácil”. “Temos visto pessoas que parecem mendigos. Quando você observa as mãos delas, as roupas que vestem, elas estão disfarçadas de mendigos, não são mendigos”, afirmou a ministra, ao apresentar os programas sociais para atender à pobreza. As declarações foram feitas durante uma sessão transmitida pela TV, e deixaram a população indignada, no momento em que a ilha comunista enfrenta uma inflação sem precedentes.
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O economista Pedro Monreal declarou no X que “talvez também existam pessoas disfarçadas de ministra em Cuba”. Na mesma plataforma, o presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que “é muito questionável a falta de sensibilidade na abordagem da vulnerabilidade”. Em sessão no Parlamento, o presidente dedicou 20 minutos ao assunto: “Ninguém de nós pode agir com soberba, prepotência, desconectado da realidade que vivemos. Essas pessoas que às vezes descrevemos como mendigos são, na verdade, expressões concretas dos problemas e desigualdades sociais que Cuba enfrenta”. Os níveis de pobreza na ilha aumentaram devido à crise econômica, com apagões e escassez de alimentos, medicamentos e combustível, em meio ao reforço do embargo de Washington desde que Donald Trump retornou à Casa Branca.
O presidente cubano não utilizou a palavra pobreza, mas falou em pessoas em situação de “vulnerabilidade” e indigentes, termos que o governo costuma empregar ao abordar o tema. Em 2024, o governo cubano reportou 189 mil famílias e 350 mil pessoas em situação de vulnerabilidade beneficiadas por programas de assistência social, em meio aos 9,7 milhões de habitantes do país. Nos últimos dois anos, a AFP constatou um aumento da presença de indigentes e pessoas que pedem esmola e recolhem alimentos do lixo em Cuba.
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Com informações da AFP, publicado por Fernando Dias.
Fonte por: Jovem Pan
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Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.