A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta quarta-feira, 10, sanções contra ministros extremistas de Israel e uma suspensão parcial do acordo entre a União Europeia (UE) e o país, diante da situação “inaceitável” em Gaza.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Propôs sanções contra ministros extremistas e colonos violentos. Também propôs a suspensão parcial do acordo de associação em questões relacionadas ao comércio, embora tenha reconhecido que seria difícil encontrar uma maioria de Estados-membros a favor dessas medidas.
A fome invocada por ações humanas nunca pode ser utilizada como instrumento de conflito, enfatizou Von der Leyen, em relação a uma situação considerada inaceitável em Gaza.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A ONU declarou, em 22 de agosto, que em certas áreas do território palestino sob ocupação israelense, existia uma situação de fome, uma alegação negada por Israel.
O Chanceler israelense, Gideon Saar, criticou nesta quarta-feira as declarações da Presidente da Comissão, que classificou como “lamentáveis” e até mesmo considerou um “eco da falsa propaganda do Hamas e seus aliados”.
LEIA TAMBÉM!
Saar afirmou no X que a Europa está enviando uma mensagem equivocada, que fortalece o Hamas e o eixo radical no Oriente Médio.
Von der Leyen também manifestou que as recentes decisões do governo israelense, como os últimos projetos de colonização na Cisjordânia que ameaçam dividi-la em dois, são igualmente “inaceitáveis”.
Isso demonstra uma clara tentativa de minar a solução de dois Estados.
Contudo, os 27 países da UE têm se mostrado até agora bastante divididos quanto à postura que devem assumir em relação a Israel desde o início de sua guerra contra o Hamas, lançada em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 em território israelense pelo movimento islamista palestino.
Essa ausência de quórum também impediu a aprovação da suspensão de um programa de assistência a empresas israelenses, anteriormente proposta pela Comissão.
A Comissão Europeia, liderada por Von der Leyen, propõe a interrupção do capítulo comercial do acordo de associação entre a UE e Israel, uma medida demandada há muito tempo por diversos Estados-Membros, incluindo Espanha e Bélgica.
A União Europeia é o principal parceiro comercial de Israel e, mesmo com a suspensão do acordo, não impediria esses intercâmbios, mas revogaria os direitos preferenciais de aduana e suas isenções.
Contudo, a iniciativa demanda uma maioria qualificada dos Estados membros, o que a torna complexa.
Considerando o impasse da UE, diversos países decidiram agir por conta própria.
A Bélgica decretou na semana passada a imposição de sanções de forma isolada contra Israel e alguns de seus ministros, ao mesmo tempo em que se comprometeu a aderir aos países que reconhecerão o Estado da Palestina na próxima Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
Fonte por: Carta Capital
